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Tentativa de golpe do boleto bancário preocupa empresas

Guarulhos, 20 de fevereiro de 2003

Uma nova tentativa de golpe está sendo praticada na praça. Algumas empresas de propaganda ou marketing estão enviando boletos bancários de cobrança, sem prévia autorização, para diversas empresas de diferentes ramos da cidade. Os boletos referem-se à inserção de dados comerciais em listas telefônicas impressas ou na internet, os quais ficariam automaticamente autorizados a figurar mediante o pagamento.

Essas empresas de propaganda utilizam-se do trabalho de grandes bancos para a confecção e remessa dos boletos, o que pode induzir os desatentos a pagar um desses boletos de cobrança (ainda mais com o logotipo de uma reconhecida instituição financeira) sem observar a sua real procedência. Com isto, a pessoa acaba aderindo instantaneamente a um serviço de marketing, sem querer. Um detalhe intrigante é o fato de que em Guarulhos ainda não circulou nenhuma dessas tais listas telefônicas.

Estelionato – O coordenador geral do Procon em Guarulhos, Waldemar Tenório, disse que o órgão já registrou quatro denúncias com relação ao assunto, envolvendo clínica médica, ótica e escritório de advocacia que receberam a cobrança. “Temos conhecimento de que essa prática ocorre há aproximadamente um ano na cidade. Para mim, está claro que se trata de estelionato.”, afirma.

Segundo Tenório, o órgão de defesa do consumidor já observou que as empresas golpistas utilizam a tática de enviar os boletos em data próxima ao vencimento. “Com isso, um funcionário desavisado, mediante a proximidade da data do vencimento, acaba pagando a cobrança, sem certificar-se da procedência. Isso ocorre bastante em empresas que possuem vários setores”, afirma.

O coordenador do Procon tranqüiliza a população de um modo geral, revelando que, por enquanto, somente empresas foram alvo dos possíveis estelionatários. Para as pessoas jurídicas que já foram vítimas e outras que possam vir a ser, ele orienta que procure o Procon ou faça a denúncia diretamente no DPDC (Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor), órgão ligado à Secretaria de Direito Econômico do Ministério da Justiça. “Enquanto ninguém oferecer resistência a essa prática, os golpistas irão aproveitar. A resistência é denunciar e não pagar as cobranças”, alerta.

Com relação à emissão dos boletos por conhecidos bancos, Tenório defende a idéia de haver uma ação por parte do Ministério da Justiça (Secretaria de Direito Econômico) junto ao Banco Central, determinando que a rede bancária, antes de aceitar a prestação desse tipo de serviço, verifique se há relação de consumo autêntica entre o cedente e o sacado.

Tatiana Soledade