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Futuro do FMI depende do Brasil

Guarulhos, 28 de janeiro de 2003

O futuro do Fundo Monetário Internacional (FMI) está nas mãos do Brasil, afirmou o megainvestidor George Soros, no Fórum Econômico Mundial de Davos. Ele disse que está otimista em relação ao Brasil , mas alerta: se o país fracassar, o futuro do FMI está comprometido.

– O Brasil é um desafio para o FMI. O Fundo precisa de uma direção mais clara, e definir em que condições seria capaz de atuar como emprestador de última instância. O próprio FMI reconhece que seu futuro depende desse resultado. Argentina é uma coisa, mas se o Brasil fracassar, será um problema para todo o sistema – afirmou.

Soros elogiou o governo Lula e disse que se o Brasil seguir políticas macroeconômicas sólidas e, mesmo assim, os mercados não baixarem o risco do país, cabe ao FMI e aos governos acionistas do Fundo, como os EUA, assumirem o papel de abrir linhas de crédito ao país a taxas de juros “aceitáveis”.

– É muito importante que o sistema internacional acomode o Brasil. Quero dizer: se os mercados fracassarem em dar capital ao país a taxas de juros aceitáveis, as autoridades devem assumir e agir como emprestadores de última instância. Não apenas o FMI, mas os acionistas do Fundo, desde que o Brasil siga políticas macroeconômicas sólidas.

Ele acha que o Brasil deveria conseguir captar empréstimos a taxas de juros inferiores a 10%, e não deve pedir empréstimos por juros acima disso.

– Lula não quer um default, porque isso levaria o Brasil para a direção errada. Eu estou muito esperançoso que com o forte apoio do FMI, isso não vai ser necessário. Minha impressão (de Lula) é muito favorável. Ele é um homem que realmente quer a mudança social e erguer as classes mais desfavorecidas. Mas ele é realista e entende que tem que fazer isso com um política fiscal sólida e reforma da Previdência, que são prioridades na sua agenda – disse.