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Os diferenciais que fazem uma empresa ideal para trabalhar

Guarulhos, 14 de janeiro de 2003

Qualquer empresa – independente de ser considerada boa ou ruim para se trabalhar – quer atrair e manter os melhores talentos do mercado. E, mesmo com o desemprego em alta, isso nem sempre tem sido possível. A causa? Atitudes incorretas da chefia ou da diretoria em relação ao profissional. Então, para variar um pouco, vamos falar, neste artigo do que o profissional imagina ser o chefe (ou a empresa) ideal.

Estas dicas são muito interessantes para você avaliar a próxima proposta de emprego que aparecer. Se algum item não lhe convier, avalie bem quanto tempo você vai agüentar-se no emprego e se ele será uma experiência relevante para o seu currículo.

Assim, de modo geral, um profissional competente e antenado com as transformações do mundo atual quer:

Ser tratado como adulto, com respeito e dignidade
Os níveis gerenciais devem desistir, de uma vez por todas, de considerar o empregado uma propriedade particular deles próprios ou da empresa. O profissional de hoje não gosta de surpresas nem de segredos corporativos. Quer ser informado a respeito dos negócios da empresa e também saber como ele se encaixa nas estratégias futuras do departamento ou da companhia. Até porque ele quer decidir se continua ou não a fazer parte da equipe, sem que alguém faça isso por ele.

Ter acesso à informação, independente do nível hierárquico que ocupe
A empresa vai demitir ou contratar? Está com prejuízo ou vai ter lucro? Vai introduzir ou melhorar a participação nos lucros? Ser informado a este respeito demonstra que a empresa confia nele. E confiança nos seus empregados vem sendo o “segredo” das empresas mais bem-sucedidas do mundo.

Oportunidades para aprender e progredir
Profissionais de qualquer nível e de qualquer setor ficam desmotivados quanto são submetidos a tarefas repetitivas e não são estimulados a aprender coisas novas. Treinamento contínuo, oportunidades de se atualizar sobre novas tecnologias e processos fazem bem para o profissional e para a empresa também que, com esta atitude, estará sempre competitiva.

Possibilidade de carreira
Não importa quanto ganhe ou quais benefícios receba, se o profissional não vislumbrar chances reais de ser promovido, estará fora da empresa em dois anos, no máximo. Hoje em dia, todo mundo sabe que sem planejamento não há evolução. Assim, para ter certeza de que pode subir na empresa (e não apenas ter aumento de salário), o profissional precisa confiar no futuro da companhia, saber que ela vai crescer o suficiente para aproveitar o seu talento.

Um lugar onde ele seja conhecido pelo nome
Foi-se o tempo de bater cartão e ser mais um no meio de uma enorme linha de produção. Hoje, o “afeto” é quase tão importante quanto o salário, os benefícios e as chances de progresso. O profissional quer ser reconhecido como um indivíduo e respeitado em sua individualidade.

Reconhecimento
Mais do que tapinhas nas costas, falsos elogios ou um cartão de Boas Festas, o profissional quer ser reconhecido pelo que faz e pelo valor que agrega aos processos da empresa. Por isso, o pior gerente, nos dias de hoje, é aquele que elogia o funcionário pela frente e, pelas costas, assume os créditos ou a autoria de um projeto bem-sucedido, minimizando a real participação de um ou mais integrantes da equipe.

Desafios
Ao contrário do senso comum, o profissional competente fica desmotivado com atividades rotineiras ou “fáceis”. Os desafios constantes aguçam a capacidade de superação do indivíduo e a sensação de bem estar, depois de conquistar algo considerado difícil, é incomparável. Mas, não confundir “desafio” com megalomania do empregador que, no afã de querer sempre mais, não mede as conseqüências de propor metas inatingíveis. Desafio na medida certa é altamente motivador. Tarefa impossível desanima e mata a boa vontade de qualquer ser humano.

Divertimento
Ninguém trabalha por divertimento, mas é possível divertir-se enquanto se trabalha. O profissional passa a maior parte do dia (e da sua vida) no trabalho. Se não encontrar algum motivo para satisfação, para a alegria, vai viver uma existência miserável e sem horizonte. Há bem pouco tempo era assim. Lembra-se das figuras sisudas e taciturnas que saíam dos escritórios todo final de tarde? Trabalho era sinônimo de desgosto. Para muitos, hoje em dia, ainda é. Mas, felizmente, isso está mudando. Aos poucos, mas está. Trabalho é divertimento. É a maneira criativa de levarmos a vida.

Liderança
O profissional quer um líder, não um guia genial. Um líder que não tenha medo de liderar. Isso implica brigar por seus liderados de vez em quando e informar SEMPRE o que está ocorrendo na empresa, como tem sido o desempenho de cada um, enfim, um líder que oriente e ajude-o a progredir. Isso é o que importa para o profissional de hoje. Reparou que não se mencionou salário? Claro que trata-se de um item importantíssimo. Mas, se a empresa não puder pagar salários altos e, em contrapartida, oferecer estas qualidades, pode estar certa de que vai manter o talento por um bom tempo.

*Cristina Spera, gerente de conteúdo do Bumeran