Taxas ao consumidor devem continuar altas
Para o consumidor, a manutenção da Selic em 18% não deve ter impacto no crédito das taxas de juros pagas aos bancos, financeiras, lojas com vendas a prazo e outras modalidades. A decisão não surpreendeu analistas de mercado, que concluem: neste momento, é o cenário político que está definindo as oscilações nas taxa de juros.
Segundo Miguel José Ribeiro de Oliveira, vice-presidente da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), o consumidor não deve esperar mudanças. “O crédito vem crescendo menos, os bancos estão mais seletivos, e não se deve observar mudanças até as eleições”. Oliveira cita ainda que, com o corte parcial de linhas de crédito do exterior para empresas brasileiras, grandes tomadores estão voltando para o mercado local e absorvendo recursos que as instituições poderiam estar emprestando ao consumidor.
A incerteza é muito grande, por conta da disputa pela Presidência da República, o que causa exageros nas cotações negociadas no mercado. Ou seja, para o consumidor, mantém-se o atual quadro de taxas altas, prazos curtos e restrições para a concessão de crédito em alguns casos.
O presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Alencar Burti, concorda. A economia real, diz, demora para responder às variações na Selic. Como não houve alteração, nem na taxa, nem no cenário, a tendência dos últimos oito meses deve continuar. “Até o final do ano, o consumidor pode esperar aperto no crédito, com prazos menores, enquanto o comércio tenta reduzir margens”, afirma.