FMI descarta nova ajuda ao Brasil
LONDRES – O Fundo Monetário Internacional voltou a descartar novo socorro financeiro ao Brasil ontem. “Não vejo hoje necessidade de definir um pacote de ajuda”, afirmou Horst Köhler, diretor-gerente do FMI. “Acredito que a situação no Brasil é administrável e faremos tudo para mantê-la assim”, acrescentou.
Durante reunião de uma comissão parlamentar no Reino Unido, Koehler disse que o FMI já demonstrou sua disposição em ajudar com a liberação, no mês passado, de US$ 10 bilhões do programa de crédito acertado no ano passado. Para ele, se o novo presidente brasileiro mantiver a política de Fernando Henrique Cardoso não haverá problemas para o país.
Anteontem numa entrevista em Frankfurt, o diretor do FMI classificou de “ataque histérico” a reação dos mercados ao Brasil, acrescentando que os fundamentos econômicos brasileiros não justificam tal turbulência.
Köhler atribuiu a atual crise de confiança que o país enfrenta a questões eleitorais. Mas afirmou que os investidores não deveriam temer uma vitória da oposição, que tem dito que vai manter seu compromisso com a responsabilidade fiscal e monetária.
O diretor do fundo também disse que os países ricos deveriam se abrir aos pobres, mas que estes têm a responsabilidade de também abrir as fronteiras e implantar políticas econômicas coerentes. “Os atuais padrões comerciais precisam mudar”, disse Köhler. Para ele, países como Coréia do Sul, China, Cingapura e México são exemplos a serem seguidos por nações africanas.