Já era hora
A Petrobras vai reduzir em 1,08% o preço da gasolina nas refinarias no dia 15 deste mês. O preço do diesel, no entanto, vai subir 4,35%. Nos últimos dois meses, por conta da alta do produto no mercado internacional, o combustível subiu duas vezes e se tornou principal fator de pressão dos índices de inflação.
O último aumento da gasolina foi no dia 6 de abril, quando o combustível ficou 10,08% mais caro nas refinarias. O impacto no preço final foi em média de 7,5%. Os combustíveis foram reajustados quatro vezes este ano, após uma redução inical de preços de 25%, em função da abertura do mercado.
A tão esperada redução nos preços da gasolina não deverá, contudo, se refletir nas bombas dos postos do Rio de Janeiro. Segundo o diretor do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis (Sindcomb) do Rio, Marco Mateus, a redução nas refinarias é muito pequena, mas a razão deste percentual não chegar ao consumidor é outra. Segundo ele, os postos do Rio não repassaram para os preços o aumento da ordem de R$ 0,03 por litro causado pela mudança da base de cálculo do ICMS a partir de 1 de maio, feita pelo governo do estado.
O cálculo – A metodologia de cálculo da Petrobras permite que a empresa promova novos reajustes de preços de combustíveis mesmo que as oscilações das cotações dos barris de petróleo no mercado internacional não tenham superado 5% nos últimos 15 dias. De acordo com o gerente geral de comércio interno, marketing e comercialização da companhia, Alípio Ferreira Pinto Jr, a metodologia da empresa permite que ela decida sobre qualquer correção dos valores da gasolina, passado este prazo.
Sobre a possibilidade de mudanças na metodologia de cálculo dos reajustes, o presidente da Petrobras, Francisco Gros, foi enfático:
– Não tem nenhuma mudança. Será tudo mantido do jeito que é.
A justificativa – Em comunicado, a empresa detalhou a motivação do reajuste: “Desde o último reajuste, os preços do óleo diesel no Golfo Americano mantiveram-se, na maior parte do tempo, acima da média em vigor no período anterior ao anúncio do último aumento. A média dos últimos 15 dias superou em 6,36% a média do mesmo período. Já a gasolina teve pequenas variações, desde o último reajuste, apresentando-se, nos últimos 15 dias, 0,34% abaixo do valor médio anterior ao anúncio do mesmo.'
– A Petrobas sempre vai avaliar a competição e a concorrência antes de fazer qualquer ajuste. E a correção de preços não necessariamente será igual às variações (das cotações do petróleo) percebidas – informou Ferreira Pinto Jr., que participou de uma conferência com analistas de mercado, feita por telefone, nesta segunda-feira.
Ramona Ordoñez e Juliana Rangel