125.400 celulares foram clonados este ano
O número assusta. Cerca de 125.400 celulares foram clonados no Brasil até outubro deste ano. Segundo o consultor Ângelo Rizzo, sócio da MR Consultores Associados, especializada em telefonia, dos pouco mais de 40 milhões de aparelhos celulares existentes no Brasil em 2002, 1%, ou seja, cerca de 400 mil, sofreram algum tipo de fraude, como documentos falsos na compra, notas fiscais frias para a habilitação de aparelhos roubados ou clonagem.
Cerca de 30% desses casos são de clonagem, ou seja, 120 mil telefones foram clonados em 2002. Considerando-se o número de celulares no Brasil até outubro deste ano (41,8 milhões) o número de aparelhos clonados em 2003 chega a 125.400.
Para Rizzo, o alto investimento das empresas consegue segurar as clonagens, que tendem a crescer com a disseminação de técnicas pela internet e o aumento da base de clientes.
Operadoras e órgãos de defesa do consumidor orientam os usuários para que não usem celulares em áreas de grande aglomeração de pessoas. Isso facilita a ação dos bandidos. No caso de defeito, o ideal é levar em técnicas autorizadas pelo fabricante. Estima-se que pelo menos 75% das clonagens têm como origem uma pessoa da empresa.
A psicóloga Vanessa Pereira Patrocínio, 25 anos, demorou cerca de dez dias para descobrir que o número de seu celular havia sido clonado. Ela começou a ter dificuldades para fazer e receber ligações. “Dava sinal de ocupado ou caía direto na caixa postal”, diz.
Fraude
Para conter o problema da clonagem, as operadoras investem. Nos últimos anos, a Vivo, maior operadora de telefonia móvel do país, investiu US$ 15 milhões para ampliar a capacidade de seu sistema antifraude. A Claro (antiga BCP) deve adquirir outro sistema, mais amplo e eficaz, por US$ 1,5 milhão.
“As operadoras acompanham o histórico do consumidor. Se há fuga da rotina habitual, os atendentes verificam. Se o cliente não reconhecer o comportamento, há grandes chances de ser clonagem”, diz o diretor de engenharia de rede da Claro, Márcio Nunes. Procurada pelo Agora, a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) não comentou o assunto.