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“Efeito Copa” reduz a queda da indústria em junho

Guarulhos, 06 de agosto de 2015

A produção industrial caiu em junho em relação ao mesmo mês do ano passado, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A queda registrada foi de 3,2%, mesmo com um dia útil a mais no mês em 2015. Esta foi a 16ª diminuição consecutiva, enquanto no acumulado do ano, o recuo alcançou a 6,3%.

Os resultados negativos, no entanto, foram relativamente melhores do que aqueles observados em maio, utilizando-se as mesmas bases de comparação anteriores (-8,8% e -6,9%, respectivamente).

Para os especialistas, a contração menos intensa precisa ser relativizada. “A diminuição mais tímida acontece pois está influenciada pelo contraste com junho do ano passado, período de forte redução da atividade do setor em decorrência da realização da Copa do Mundo”, opina o presidente da ACE-Guarulhos, Jorge Taiar.

Por outro lado, os números também refletem a intensidade da retração da indústria, que, mesmo frente à menor base de comparação, mostra contração, explicada pelos juros mais altos e pela menor disponibilidade de crédito ao produtor, somados ao nível elevado dos estoques e aos maiores custos de produção, num contexto de queda generalizada da demanda. Os destaques negativos no mês, continuaram sendo os bens de capital (-17,2%) e veículos (-10,7%), embora, com quedas menos intensas.

Esse panorama adverso segue deprimindo a confiança do empresário, que permanece em seus mínimos históricos, indicando menor disposição a investir no curto prazo, limitando o desempenho da produção industrial durante os próximos meses.

Em todo caso, a intensa elevação da taxa de câmbio, aliada à redução dos salários pagos no setor poderiam recuperar parte de sua competitividade perdida, minimizando a crise pela qual atravessa há mais de um ano.