Venda de ações do BB é cancelada
Uma nova oferta de ações do Banco do Brasil (BB) vai ficar nas mãos da equipe econômica do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. A venda foi cancelada na segunda-feira (16) e comunicada na terça pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
De acordo com nota divulgada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) – coordenador da operação -, os valores atuais de mercado, a oferta total deveria atingir o montante de cerca de R$ 1,32 bilhão, mas totalizou apenas R$ 757,3 milhões (R$ 500 milhões de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço mais R$ 257,3 milhões em dinheiro).
O BNDES explicou que a oferta de varejo destinada a pessoas físicas e jurídicas domiciliadas no Brasil atendeu plenamente as expectativas do banco, atingindo R$ 1,239 bilhão com 220.157 investidores. Deste total, R$ 981,76 milhões (191.209 investidores) foram de reservas com FGTS, superando o teto de R$ 500 milhões permitido ao uso desse recurso. Por outro lado, era preciso que a oferta institucional atingisse o volume de cerca de R$ 563 milhões, o que não aconteceu.
O vice-presidente de Controle e Relações com Investidores do BB, Ênio Botelho, não apontou “culpados” pelo fracasso da operação.
– Foi um processo muito bem conduzido. Qualquer juízo de valor não é o BB, mas o mercado quem faz – disse Botelho, ressaltando que, apesar do cancelamento das vendas, o banco continuará em busca da boa governança corporativa.
O ministro da Fazenda, Pedro Malan, também justificou o cancelamento da pulverização de 17,8% das ações do BB. Para ele, a procura no varejo foi boa, mas a institucional não correspondeu ao esperado.
– A demanda institucional ficou aquém das expectativas. Decidimos não ir em frente – afirmou.