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Venda de ações do BB é cancelada

Guarulhos, 18 de dezembro de 2002

Uma nova oferta de ações do Banco do Brasil (BB) vai ficar nas mãos da equipe econômica do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. A venda foi cancelada na segunda-feira (16) e comunicada na terça pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

De acordo com nota divulgada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) – coordenador da operação -, os valores atuais de mercado, a oferta total deveria atingir o montante de cerca de R$ 1,32 bilhão, mas totalizou apenas R$ 757,3 milhões (R$ 500 milhões de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço mais R$ 257,3 milhões em dinheiro).

O BNDES explicou que a oferta de varejo destinada a pessoas físicas e jurídicas domiciliadas no Brasil atendeu plenamente as expectativas do banco, atingindo R$ 1,239 bilhão com 220.157 investidores. Deste total, R$ 981,76 milhões (191.209 investidores) foram de reservas com FGTS, superando o teto de R$ 500 milhões permitido ao uso desse recurso. Por outro lado, era preciso que a oferta institucional atingisse o volume de cerca de R$ 563 milhões, o que não aconteceu.

O vice-presidente de Controle e Relações com Investidores do BB, Ênio Botelho, não apontou “culpados” pelo fracasso da operação.

– Foi um processo muito bem conduzido. Qualquer juízo de valor não é o BB, mas o mercado quem faz – disse Botelho, ressaltando que, apesar do cancelamento das vendas, o banco continuará em busca da boa governança corporativa.

O ministro da Fazenda, Pedro Malan, também justificou o cancelamento da pulverização de 17,8% das ações do BB. Para ele, a procura no varejo foi boa, mas a institucional não correspondeu ao esperado.

– A demanda institucional ficou aquém das expectativas. Decidimos não ir em frente – afirmou.