Varejo perde vendas pela falta de produtos
O varejo perde 8% de vendas pela falta da marca de preferência do consumidor no momento da compra e suas causas, problema conhecido como ruptura. O resultado foi apontado em um estudo realizado pela Associação ECR Brasil, em parceria com a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) e a empresa de pesquisas ACNielsen.
De acordo com Claudio Czapski, superintendente da ECR Brasil, do total de 528 itens pesquisados, todos de marcas líderes de vendas, 8% não foram encontrados pelo consumidor no momento da compra. “As principais causas da falta dos produtos apontadas pelos responsáveis das lojas foram atraso da entrega do centro de distribuição do varejo para a loja (27,5%), gôndola não reabastecida pelo promotor (14,1%) e o fato da central de compras estar negociando com o fabricante (8,2%)”, afirma Czapski.
Impacto diferente – Ele chama atenção, entretanto, ao fato da reação do consumidor mudar de acordo com a categoria do produto em falta. Em média, 53% dos consumidores compram outra marca e 37% procuram a marca de sua preferência em outra loja. O estudo também detectou que os extremos do comportamento do brasileiro referem-se aos itens óleo de cozinha: 69% dos consumidores disseram que compram outra marca; e produtos de higiene pessoal: 51% dos entrevistados afirmaram que procuram a marca de sua preferência em outro lugar.
“Muitas vezes, dependendo da importância do produto que pretendia comprar, o consumidor abandona na loja o carrinho de compras com todas as outras mercadorias que havia adquirido, em função de um produto que não tenha encontrado”, alerta o superintendente da ECR Brasil. Um exemplo é o chocolate: 17% dos consumidores disseram desistir da compra se não encontram a marca preferida.
Entre os segmentos pesquisados, o que apresentou o maior índice de ruptura foi o de produtos de bazar, com 9%. Já o item mercearia ficou com 8,3%. Entretanto, Czapski chama atenção ao fato dos produtos desse segmento representarem 48% das vendas.
De acordo com o superintendente da ECR Brasil, os empresários e gestores do varejo podem usar o índice como uma referência para comparar os pontos de ruptura nas categorias de maior representatividade das suas lojas com a média do mercado, corrigir as falhas que provocam o problema e aumentar a eficiência dos processos.
Coleta – O trabalho de campo foi realizado em 188 lojas de auto-serviço da Grande São Paulo e Grande Rio de Janeiro, das quais 92 delas com 5 a 19 check outs (caixas) e 96 com 20 ou mais check outs. Para cada item ausente na área de vendas, foi pesquisada a causa do problema e em que ponto ele se encontrava ao longo da cadeia de abastecimento.
Patrícia Büll