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Varejo perde R$ 3,75 bilhões ao ano devido à ineficiência

Furtos internos, externos e quebras operacionais, como produtos danificados e fora do prazo de validade, representam 1,96% do lucro líquido anual das empresas varejistas, totalizando R$ 3,75 bilhões de perdas. A falta de métodos para mensurar estas perdas e, conseqüentemente solucioná-las, é o grande desafio do comércio.

– No ano passado, o índice do Brasil foi de 1,13% das vendas líquidas, terceira menor perda do mundo. Na prática, sabemos que isso não é verdade porque falta método para mensurar de forma realista. O resultado deste ano, referente ao ano fiscal de 2002, é o mais próximo do real – comenta Cecília Leotte, coordenadora da 3ª Pesquisa Avaliação de Perdas no Varejo, realizada pelo Programa de Administração do Varejo (Provar/USP).

A obtenção de dados cada vez mais preciso é, segundo Cecília, a melhor alternativa para aumentar a competitividade das lojas. “E a oportunidade dos comerciantes conhecerem ainda mais suas deficiências e poderem corrigir erros corriqueiros mas com grande impacto na faturamento final”, completa Cecília.

Os furtos internos – causados por funcionários da própria empresa -, e externos – correspondente a roubos de cargas e furtos de próprios clientes -, representam 54% das perdas totais, segundo a pesquisa. A quebra operacional, que compreende produtos fora do prazo de validade, fica com 19% do total desperdiçado.

– A solução é investir em processos seletivos mais criteriosos. O faturamento não está ligado somente à escolha de funcionários tecnicamente capacitados mas também de pessoas honestas – observa Cecília.

Farmácias e drogarias tiveram o melhor desempenho da pesquisa, registrando apenas 0,52% em perdas. Além disso, apresentaram ainda o menor montante de capital investido na prevenção, apenas 0,4% do faturamento líquido.

A prevenção, segundo especialistas, deve começar a fazer parte das estratégias que objetivam o crescimento do negócio. Entre as principais tendências destacadas estão o investimento mais intenso na seleção dos funcionários, no controle interno, na capacitação operacional e melhoria da infra-estrutura de segurança e vigilância.

– Precisamos aumentar o conhecimento técnico específico para a área de prevenção, setor que ainda não está presente em todas as empresas. Em alguns casos, o departamento até existe mas não conhece muito bem suas atribuições – afirma Cecília. Segundo ela enfatiza, o primeiro passo de todo varejista é conhecer suas dificuldades e identificar pontos falhos na estrutura para posteriormente conseguir melhorar o faturamento dos estabelecimentos comerciais.

Yuki Yokoi

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