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Troco: comércio espera solução

A falta de troco é um problema que está tirando o sono dos comerciantes da cidade. A pesquisa “Falta troco?”, que está sendo realizada pela Associação Comercial de São Paulo e pelo Banco Central, foi bem recebida pelos comerciantes da capital que fazem o que podem para vencer essa dificuldade. Eles esperam que a iniciativa coloque fim a essa tormenta. “O comércio reclama, o Banco Central quer resolver e, a associação e a Febraban querem ajudar”, explica Arnédio Oliveira, assessor da presidência da Associação Comercial.

Com o resultado dessa pesquisa em mãos, o BC vai definir o que fazer para solucionar o problema. Segundo José dos Santos Barbosa, chefe do Departamento do Meio Circulante do BC, na próxima segunda-feira, durante a reunião na Associação Comercial, que contará com representantes da Febraban e vários bancos, será novamente discutida a instalação nas máquinas de auto-atendimento, das agências bancárias, de notas de R$ 1,00, R$ 2,00 e R$ 5,00. “Pretendemos com isso fazer com que o comerciante consiga notas mais rapidamente, sem implorar para o gerente do banco.” Entre outros pedidos, Barbosa destaca que o Banco Central está negociando com a Casa da Moeda a produção de mais moedas e a melhoria na qualidade do dinheiro, que está muito gasto e com a vida útil comprometida.

Sumiço – De acordo com os comerciantes, as moedas e cédulas de pequeno valor há dois anos sumiram de circulação. Nesse cenário, a criatividade é a solução na hora de conseguir trocar o dinheiro. Na Luxor Artigos Orientais, que fica na galeria da Ladeira Porto Geral, e vende roupas para dança do ventre, a saída encontrada para conseguir troco foi, no mínimo, inusitada. De acordo com Kaled Cury Júnior, proprietário da loja, as pessoas costumam comprar com notas de valor mais alto e os bancos não trocam essas cédulas por moedas.

A solução? A igreja. “Uma funcionária da loja, que mora na zona sul, troca o dinheiro da loja por moedas recolhidas por uma igreja no Jabaquara. Recorremos ao milagre da igreja”, brinca ele. Segundo Cury Júnior, as moedas mais difíceis de encontrar são as de R$ 0,10, as de R$ 0,25 e as de R$ 0,50. E, as cédulas, são as de R$ 5,00, as de R$ 1,00 e as de R$ 2,00. “A nota de R$ 1,00 é difícil mas arrumamos. Mas, em compensação, a de R$ 2,00 é impossível receber uma. É como se ainda não tivesse sido lançada.” O lojista diz ainda que o camelô também é uma importante fonte na hora de conseguir troco.

Solidariedade – Na loja Rei do Armarinho que vende produtos de papelaria, artesanato e armarinhos, localizada na região da rua 25 de Março, uma das mais importantes ruas comerciais da cidade, o problema de troco não é menor. No entanto, a falta de moeda é atenuada por um acordo com as agências bancárias. “Temos um bom relacionamento com os bancos, com isso conseguimos que eles nos socorram para que a situação não se complique”, diz Sérgio Sarruf, diretor superintendente da loja. Sarruf explica que a única moeda que não faz falta é a de R$ 0,01. Ela é considerada inexpressiva pelo comerciante. “Tem sido uma dificuldade dar o troco ao cliente. Pedimos sempre que possível para recebermos o pagamento das compras em moedas ou notas de menor valor”, explica Sarruf salientando que as notas de R$ 1,00 e R$ 2,00 estão escasseando no comércio. A loja também combate a dificuldade trocando dinheiro com a lanchonete Leroi, que fica dentro da loja. “Nós nos ajudamos. Quando um não tem o outro empresta e vice-versa.”

Solução – Na loja Koraicho Mercantil, também na região central, os funcionários tentam resolver internamente problema da falta de troco. Nela, de acordo com Lucilaine da Costa, coordenadora da loja, as gr R$ 0,10 e R$ 0,25 e as cédulas de R$ 1,00. “O que mais tem por aqui é nota de R$ 10,00. Nós geralmente pedimos trocado, mas sabemos que, às vezes, aquele é o único dinheiro que a pessoa tem. A saída é ver se outro caixa da loja tem troco.”

Simone de Oliveira

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