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Transbrasil despede cerca de 300 funcionários por telefone

Guarulhos, 19 de dezembro de 2001

A companhia aérea brasileira Transbrasil, cujos aviões não voam há duas semanas por falta de combustível, despediu cerca de 300 de seus 2.200 funcionários, informaram fontes sindicais. Segundo o Sindicato Nacional de Trabalhadores da Aeronáutica, dezenas de funcionários que esperavam em suas casas o reinício dos trabalhos da Transbrasil receberam por telefone a notificação da demissão, como conseqüência da profunda crise da empresa que está a um triz da quebra.

Para tentar superar a crise, a Transbrasil, que tem uma dívida de US$ 380 milhões, fez em agosto uma reestruturação administrativa que incluiu a demissão de 989 trabalhadores, a devolução de aviões e o cancelamento de seus vôos internacionais.

A reestruturação não deu resultado e a empresa, que chegou a ser a terceira maior companhia aérea do país, está desde 4 de dezembro com seus aviões em terra porque as companhias que lhe forneciam combustível fecharam-lhe as torneiras por falta de pagamento.

A frota da Transbrasil foi reduzida a cinco Boeing 737-300 e os trabalhadores pediram à justiça o confisco de duas das aeronaves como garantia para o pagamento dos salários atrasados desde setembro. Segundo o presidente do Sindicato de Trabalhadores da Aeronáutica, Uebio José da Silva, um terço dos 3.000 despedidos pela Transbrasil no último ano não recebeu ainda suas prestações sociais.

A crise da Transbrasil prejudicou também milhares de pessoas que compraram passagens na companhia aérea e que não conseguiram endossá-los para viajar em outras companhias.