Tradição de Natal ganha novos sabores
A contabilidade do movimento de vendas associadas ao Dia das Crianças mal terminou e as empresas começaram a se preocupar com as oportunidades natalinas. No ramo alimentício, os panetones já emolduram prateleiras de supermercados e fachadas de pequenas lojas de doces, além das padarias, sinalizando um Natal antecipado.
O varejo começou a receber os panetones no final de setembro. O Grupo Pão de Açúcar, por exemplo, aumentou sua encomenda do produto em 5% e relação ao ano passado. E espera vendas 10% acima das registradas no mesmo período do ano anterior.
Antecipação – O panetone exclusivo do Grupo, o Escolha Econômica, de 400 gramas, custa R$ 2,69. Como novidade, em marca própria, a rede vai apresentar, em novembro, o panetone sabor banana.
No Wal-Mart, a linha de fabricação própria está nas gôndolas desde o dia 15 de setembro, com o mesmo preço de 2005. O item já é o terceiro mais vendido nas padarias da rede. As versões frutas cristalizadas e gotas de chocolate (com 500 gramas por unidade) custam, respectivamente, R$ 2,98 e R$ 3,98. No formato mini (100 gramas) é vendido a R$ 0,98.
A expectativa do Wal-Mart com as versões de fabricação própria é vender 20% a mais que em 2005. Já com os produtos industrializados de marca própria (Great Value e Mais por Menos), a rede espera vendas 40% superiores.
Retaguarda – “Ainda estamos na fase de abastecimento. Novembro já é um momento de reposição”, comentou Romulo Romanato, sócio do Panifício Laura, de Várzea Paulista. Da sua fábrica devem sair, até o final do ano, 15 milhões de panetones. “É um aumento de 10% sobre 2005.”
Parte dessa produção teve início em agosto, para viabilizar as exportações da empresa para os Estados Unidos e países africanos. “Embarcamos 30 contêineres, já em setembro”, disse Romanato. É o equivalente a 1 milhão de unidades.
O restante é vendido para todo o Brasil, com as marcas Laura, encontrada nas lojas do Grupo Pão de Açúcar; Bella Veneza (Carrefour); e Santa Chiara, presente, entre outros pontos, nas Lojas Americanas. O pastifício também produz de forma terceirizada, para redes como Pão de Açúcar e Wal-Mart.
Empregos – Para dar conta dessa demanda, Romanato contratou 450 novos colaboradores, elevando o quadro de funcionários para 570 pessoas. O Natal, segundo ele, representa 65% do faturamento da fábrica – e 99% da sua produção, com vendas concentradas nos meses de outubro, novembro e dezembro.
“O brasileiro não tem hábito de consumir panetone ao longo do ano”, comentou o empresário, que oferece o produto em versões a partir de 80 gramas a até um quilo. Para 2006, além do formato tradicional, com frutas, e a versão com gotas de chocolate, a empresa lançou novas opções de recheios: chocolate com avelã; uvas passas com rum; e chocolate com coco.
Ranking – O mercado brasileiro é dominado pela Bauducco. A empresa espera elevar as vendas em 8%. Amanhã, a fabricante inaugura a Casa Bauducco, na Rua Normandia, em Moema, na zona sul da capital paulista. A ação de marketing simboliza a primeira fornada de panetones do ano. A empresa detém também as marcas Visconti e Tommy.
Outra empresa presente em quase todo o Brasil é a Cepam, fabricante do panetone Village. A marca chega a 12 mil pontos-de-venda do País, informou o gerente comercial e de exportação, Reinaldo Bertagnon. Ele estima que a empresa tenha a segunda maior fatia desse mercado.
Para a produção do próximo Natal, a fábrica da Cepam saltou de 200 para 800 funcionários. Além dos panetones, ela também já produz ovos para a Páscoa. A Cepam abastece grandes varejistas, como Pão de Açúcar e Wal-Mart.
Segundo Bertagnon, a produção do Village deve chegar a 14 milhões de unidades este ano (contra 13 milhões do Natal de 2005). São 12 versões de panetones. Entre elas, a light (sem açúcar, aprovada pela Associação Nacional de Apoio ao Diabético) e dois lançamentos: o panetone com frutas tropicais e a versão capuccino (gotas de chocolate com café).