Taxas cobradas por fundos diminuem ganhos
Quem pretende colocar seu dinheiro em fundos de investimento, além de analisar os ativos em que esse fundo investe, seu risco e seu retorno, deve pesquisar as taxas que a administradora desse fundo cobra. Dependendo do valor dessas taxas, o investidor pode perder uma parcela bastante grande de seus ganhos.
A principal cobrança feita pelas administradoras e gestoras das carteiras é a taxa de administração. Essa taxa é a remuneração que essas instituições recebem pelo seu trabalho e é cobrada mensalmente sobre o total de recursos que o investidor possui na carteira. Apesar de ser cobrada mensalmente, as administradoras normalmente anunciam a percentagem anual da taxa.
Alguns fundos, em determinados casos, também cobram taxa de performance. Essa cobrança é feita por fundos de renda variável voltados para grandes investidores – a legislação só permite que fundos com investimento mínimo individual acima de R$ 50 mil cobrem taxa de performance.
A taxa de performance é cobrada quando a rentabilidade garantida ao investidor é superada pelo fundo. Ou seja, o fundo garante uma rentabilidade de, por exemplo, 20% ao investidor. Se, em um determinado mês, os ganhos chegarem a 23%, a taxa é cobrada sobre esses 3 pontos porcentuais excedentes. Portanto, essa cobrança é uma espécie de prêmio que o gestor recebe por oferecer um melhor desempenho.
Uma terceira cobrança efetuada pelos fundos de investimento é a taxa de carregamento. Ela normalmente é cobrada em fundos de previdência e em Fundo de Aplicação em Cotas (FAC), que investem o capital depositado em Fundos de Investimento Financeiro (FIFs) já existentes no mercado, ou seja, ele próprio não forma um fundo, e sim investe em outro. Essa taxa é cobrada em cada depósito feito pelo investidor. Portanto, se ele deposita R$ 100 reais em um fundos cuja taxa de carregamento é de 4%, na verdade o depósito feito é de R$ 96, já que R$ 4 irão para a administradora do fundo.
Todas essas taxas devem ser informadas ao investidor antes que ele feche o negócio e devem constar no contrato, para que ele possa fazer sua escolha, já que, dependendo do valor da cobrança, ele pode perder bastante de seu rendimento. “Alguns fundos têm a mesma estratégia, investem nos mesmos papéis e, quando se olha o rendimento, percebe-se que há uma diferença. Essa diferença existe porque eles cobram diferentes taxas de administração e aquele que cobra a maior traz uma rentabilidade menor a seu investidor”, disse o diretor do site Fortuna, Francisco de Arruda Camargo.
O especialista informou também que as taxas de carregamento cobradas pelas instituições que administram fundos são bastante altas. “Elas normalmente estão em 4%, 5% e até mais. O investidor deve entender que essa taxa é tão importante quanto à de administração e até mais perversa, de certa forma, já que ele não obterá rendimento sobre todo o dinheiro que investiu, pois parte dele vai para a administradora.”
Para Arruda Camargo, o investidor deve dedicar especial atenção às taxas que são cobradas pela administradora. “O investidor assina um contrato concordando com o que é cobrado. Portando, ele deve buscar negociar sempre para pagar as taxas mais baixas o possível”, disse. Outra dica que o especialista dá é a cautela. “O investidor deve procurar tirar do fundo a maior transparência possível”, disse.