Supermercados paulistas abrem drogarias próprias
As farmácias e drogarias começam a invadir os supermercados de São Paulo, a exemplo do que já acontece em outros países. O Grupo Pão de Açúcar testa um projeto piloto de drogaria na sua unidade de Taboão da Serra, município da região da Grande São Paulo. Já o D´Avó Supermercados, com sete unidades e faturamento de R$ 280 milhões, inaugurou recentemente a D´Avó Farma, com 6 mil medicamentos, e com a responsabilidade de contribuir com até 6% do faturamento da rede.
A D´Avó Farma foi instalada na loja de Mogi das Cruzes e absorvou R$ 35 mil em investimentos. “Uma das grandes vantagens para nossos clientes é a utilização do Cartão Confiança também nas compras da drogaria, viabilizando ainda mais uma compra única no hipermercado e na farmácia”, explica o diretor comercial do D´Avó, Martinho Paiva Moreira. Segundo ele, entre os atrativos da drogaria, que funciona em uma loja ao lado do supermercado, “oferecemos profissionais treinados e uma vasta lista de produtos- cerca de 6 mil medicamentos, incluindo tarjados, genéricos e fitoterápicos, todos com descontos de até 20% sobre os preços praticados no mercado”. A rede D´Avó acaba de divulgar o faturamento de 2001, que apresentou aumento de 21% em relação ao exercício anterior. O dado coloca a empresa na oitava posição no ranking do estado.
Moreira conta que a idéia é levar o projeto da drogaria para outras lojas da rede ” pois nesse período de dois meses de funcionamento do projeto, estamos tendo o maior sucesso”. Conta que o setor farmacêutico tem se mostrado extremamente lucrativo, apesar da margem controlada de preços, que não podem ter aumentos superiores a 35% ” mesmo assim se posso vender por R$ 135, 00, um produto que adquiri por R$ 100, 00, a margem de lucro é muito grande”.
Moreira não esconde que baseou seu projeto na Coope- Cooperativa de Consumo do ABC. A Cooperativa com 17 lojas, em tudo semelhantes aos supermercados, possui farmácias em 15 delas e está presente em toda a região do ABC e mais São José dos Campos.Tem mais de 880 mil sócios e um faturamento de R$ 640 milhões.
Conforme ressalta Antonio José Monte, presidente da cooperativa, as farmácias são um nicho de mercado que, aos poucos estão sendo descobertos pelo varejo brasileiro. Ele afirma que a cooperativa tem à disposição de seus afiliados mais de 4 500 itens em medicamento por ponto que, geralmente, são vendidos com preços 20% reduzidos. “Como cooperativa , temos uma função social”, afirma.
” Os medicamentos já respondem por 6 a 7% do nosso faturamento. Novas lojas serão também supermercados-drogarias”, diz o executivo.
Célia Moreira