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Supermercados comemoram Copa

Pipocas, salsichas, refrigerantes, salgadinhos e cerveja estão entre os produtos mais vendidos pelos supermercados nos dias dos jogos do Brasil. Ontem, com a partida contra Gana marcada para o meio-dia, o varejo concentrou seus esforços na parte da manhã, sabendo que o grande movimento ocorreria perto do horário do jogo.

O consumidor, em geral, faz as comprar na última hora, explicou Marina Levoto, gerente do Pão de Açúcar da Avenida Brigadeiro Luiz Antonio, no Jardim Paulista. A orientação era para que todos os funcionários estivessem a postos.

Nos jogos anteriores do Brasil, itens como salgadinhos e cervejas sumiram em minutos das prateleiras, em todas as lojas, segundo o Pão de Açúcar. A venda de batatas fritas, por exemplo, chegou a triplicar.

Perfil – As terças-feiras, segundo Marina, são dias de bom movimento na loja da Brigadeiro. O tíquete médio é alto, embalado pelas compras do mês. Ontem, um pouco antes das 10 horas, a freqüência estava “um pouco acima do normal”, mas com tíquete médio mais baixo que o das terças-feiras quando não há jogo.

Uma espiada nos carrinhos mostrava o que Marina já adiantara, com base na experiência. Ontem, as pessoas buscavam pipocas – de estourar e de microondas -, salgadinhos, ingredientes para lanches e petiscos variados.

O consumo da cerveja, geralmente impulsionado pelos jogos perdia, aparentemente, para o de refrigerantes. O horário do jogo inviabilizou a dispensa do trabalho, onde, em geral, não se pode consumir bebida alcoólica.

Torcedor – Cesário Aleixo era uma exceção. As compras que ele fazia para embalar a torcida do escritório em que trabalha com cerca de 30 pessoas também incluiam a cervejinha, ao lado de itens como salgadinhos, pipoca, guaraná e frios para os lanches. Funcionário do escritório central de uma construtora, Aleixo apostava no resultado de três a um para o Brasil, que lhe daria a vitória – e R$ 260 – no bolão feito entre os colegas de trabalho.

Délio de Almeida, dono de uma produtora de vídeo, também se abasteceu no supermercado na manhã de ontem por conta da Copa do Mundo. Nos jogos anteriores ele dispensou a equipe. Ontem, no entanto, seus 25 funcionários só pararam para assistir ao jogo. Bebidas alcoólicas foram descartadas em prol das salsichas para lanche e carnes que prometiam um churrasco.

Já a empresária Cícera Santos dava preferência à pipoca de microondas e aos lanches prontos. Prestadora de serviços para a área de seguros, ela também aboliu o álcool das comemorações entre os colegas.

Sazonalidade – Segundo dados divulgados pela assessoria de imprensa do Pão de Açúcar, nos dias em que o Brasil entrou no gramado, a venda de cervejas cresceu 25%. No caso das carnes, o aumento foi pontual, de 45% no domingo em que a seleção mandou os australianos para casa.

Para Manuel Henrique Farias Ramos, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Carnes Frescas do Estado de São Paulo, não se pode assegurar que a venda de carne cresça durante os jogos do Brasil. Ele lembrou que pesquisas realizadas pelo setor apontam que o crescimento do consumo de carne está, geralmente, associado ao aumento do poder aquisitivo dos trabalhadores que têm seus rendimentos atrelados ao salário mínimo.

No caso das bebidas não-alcoólicas, a associação do setor (Abir) estima obter vendas 5% maiores nos meses de junho e julho, sobre igual período exercício de 2005.

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