O ministro da Previdência, Ricardo Berzoini, afirmou nesta segunda-feria, 07, em entrevista ao “Bom Dia Brasil”, da TV Globo, que o sistema previdenciário do Judiciário pode sofrer alterações. Segundo ele, o governo quer promover uma “justiça orçamentária”.
– Nenhum segmento pode pedir um tratamento diferenciado e, particularmente, pode onerar esse sistema previdenciário mais do que o necessário. Queremos buscar a forma de tratar a questão previdenciária reconhecendo as disparidades entre os setores, mas preservando a isonomia – afirmou Berzoini.
O discurso do ministro bate de frente com o pensamento dos juízes brasileiros, que já se organizam para realizar uma paralisação, no final deste mês. A greve vai acontecer se o governo não aceitar alterar na proposta da reforma da Previdência o teto de R$ 2.400 nas aposentadorias.
Uma reunião do Conselho Geral de Representantes da Associação dos Magistrados Brasileiros, no dia 21, deve deliberar sobre o assunto.
– Se até lá o governo não aceitar uma agenda mínima, a paralisação deve ocorrer em todo o país. Lamentavelmente, é o que se avizinha, porque pior do que uma eventual paralisação é a aprovação de um projeto que sinaliza pelo retrocesso democrático e a quebra do estado de direito – afirmou Camargo.
Na entrevista ao “Bom Dia”, o ministro Berzoini explicou outros pontos da proposta de reforma da Previdência. Ele disse que um dos objetivos das regras de transição da reforma é evitar que o trabalhador se aposente precocemente. O ministro informou que a intenção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é fazer com que o trabalhador se aposente “numa idade mais justa”.
Sobre as mudanças na proposta da reforma da Previdência, Berzoini disse que fazem parte de um processo natural e que não há risco do plano ser “deformado”. Ele disse que o fundamental é preservar a essência da proposta.
