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Setor de máquinas fatura 10% mais

Guarulhos, 23 de julho de 2007

A indústria brasileira de máquinas e equipamentos faturou R$ 28,8 bilhões nos seis primeiros meses deste ano, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), com alta de 10,1% sobre o primeiro semestre de 2006

O aquecimento nos negócios, entretanto, não se refletiu no emprego, que cresceu apenas 2,8% no período. Em junho, o setor, que chegou a absorver 350 mil pessoas no início dos anos 1880, empregava 215.755 trabalhadores, ante 209.797 em junho de 2006.

“Na verdade, ainda não entendemos direito os motivos do aumento do faturamento. Os empresários, então, estão com receio. A pergunta é se a receita vai continuar subindo”, afirmou o presidente da Abimaq, Newton de Mello, que deixa hoje o cargo. De acordo com ele, o crescimento atual deve refletir apenas um mercado melhor sobre 2006, que teve queda de 2,1% em relação ao ano anterior.

O aumento de 10,1% é uma média. Em primeiro lugar entre os segmentos que mais faturaram está o de máquinas para madeira, com aumento de 74,3%. Isso se deve, segundo Mello, ao aquecimento da construção de casas populares no ano passado, que movimentou o setor de móveis nos primeiros meses de 2007.
Na ponta oposta ficou o segmento de máquinas têxteis, que viu seu faturamento despencar 16%. “São os tecidos asiáticos que impedem o investimento dos empresários nas novas máquinas”, observa Mello. No meio dessa lista está o segmento de máquinas agrícolas, cuja receita subiu 32,6%, puxada pela recuperação econômica dos produtores rurais de commodities como soja, milho e algodão e começam a se recuperar das quedas na Bolsa de Chicago no ano de 2005.

O aumento geral deu-se fundamentalmente pelo investimento das empresas brasileiras. O “consumo aparente”, que mede o faturamento do segmento de máquinas e equipamentos descontadas as exportações e somadas as importações, cresceu 13,7%, para R$ 33,1 bilhões, contra R$ 29,1 bilhões nos seis primeiros meses do ano passado.

A balança comercial do setor apresentou déficit de US$ 2,1 bilhões no primeiro semestre, resultado de importações de US$ 6,8 bilhões e exportações de US$ 4,7 bilhões. Segundo a Abimaq, as exportações cresceram 21% e as importações tiveram aumento maior, de 31%, no período.

“Acreditamos na manutenção constante do déficit até o final deste ano, quando deveremos chegar a um desequilíbrio a favor das exportações no valor de US$ 5 bilhões ou US$ 6 bilhões”, disse Mello. Em 2005 e 2006 houve, respectivamente, superávit de US$ 90 milhões e déficit de US$ 190 milhões. Pesou na mudança deste ano o real valorizado.