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Setembro: o melhor mês do ano para a indústria

A atividade industrial de São Paulo teve em setembro o melhor crescimento em quase um ano, estimulada por exportações e por encomendas para as vendas de fim de ano. O Indicador do Nível de Atividade (INA), medido pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), subiu 6% em setembro se comparado a agosto, melhor resultado mensal desde outubro de 2002. Na comparação com setembro do ano passado, a atividade cresceu um pouco menos: 5,5%.

A Fiesp tem dúvidas se esse aumento será sustentado. “O número de setembro é alto, realmente. É positivo? Com certeza. É sustentável? Não sei,” afirmou Clarice Messer, diretora do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Federação.

Queda – Com o resultado do mês passado, o índice reverteu a queda acumulada até agosto e ficou estável de janeiro a setembro contra igual período de 2002. A Fiesp prevê agora que a atividade fique estável em relação ao ano passado ou mostre uma retração de até 1% apenas. Anteriormente, a projeção era de contração de 1% a 1,5%. “Essa alta (de setembro) ocorreu por três fatores: exportações, produção de bens duráveis para atendimento do consumo doméstico e deslocamento da produção para atender a demandas de fim de ano”, acrescentou a diretora.

Recessão – A economia brasileira mergulhou em recessão ao final do primeiro semestre, mas analistas esperam uma recuperação da atividade econômica, embalada pela sequência de cortes de juros promovidos pelo Banco Central e liderada por uma melhora no consumo interno. As exportações e encomendas para o final do ano foram classificadas por Clarice como “belas surpresas”.

“As exportações, ao contrário do que se previa, estão atingindo níveis recordes no segundo semestre. Isso fez toda a diferença em setembro”, disse. As encomendas para o final do ano, que normalmente ocorrem em julho e agosto, ainda não tinham se revelado no índice da Fiesp devido às incertezas sobre a recuperação econômica do País. Mas, após serem registradas em setembro, devem elevar a atividade também em outubro e novembro.

Não se sabe, porém, se essa produção maior da indústria será absorvida pela demana interna brasileira.

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