O salário mínimo passará de R$ 260 para R$ 300 a partir de maio de 2005. O valor foi anunciado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva a 40 sindicalistas e representa, segundo o governo, um aumento real de 9,3%. Também ficou decidido no encontro, que incluiu ministros como Antonio Palocci (Fazenda), que a tabela do Imposto de Renda Pessoa Física terá correção de 10% a partir de janeiro.
O presidente reiterou sua promessa: “Vocês não precisam me lembrar do meu compromisso de dobrar o salário mínimo”, disse Lula, segundo relato do deputado Paulo Bernardo (PT-PR), também presente ao encontro. Os R$ 300 significam um reajuste nominal, sem descontar a inflação, de 15,4%.
Irritação – Embora estivesse no meio de sindicalistas, como ele, e aos quais costuma chamar de “peões” e “companheirada”, Lula se irritou com o teor de alguns discursos de dirigentes de centrais sindicais.
Principalmente quando foi lembrado por Luiz Marinho, da Central Única dos Trabalhadores (CUT), que, se não corrigisse a tabela do IR, acabaria por cometer os mesmos erros de seu antecessor. “Não aceito essa comparação. Qualquer comparação nesse sentido é injusta”, disse Lula, conforme frases anotadas por um dos presentes ao encontro, no gabinete do presidente.
Impacto – Segundo o ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini, só o impacto do novo mínimo será de R$ 8 bilhões nas contas públicas no ano que vem. Uma conta diferente da feita pelo senador Romero Jucá (PMDB-RR), relator-geral da Comissão Mista de Orçamento e apresentada nesta quarta-feira, 15.
Segundo ele, o gasto extra com o novo mínimo e a correção linear do IR representam uma despesa a mais de R$ 5 bilhões na proposta orçamentária para 2005.
Quando Lula assumiu o mínimo valia R$ 200. Passou para R$ 240 em 2003 e R$ 260 em 2004. Para o Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-Econômicos) o salário mínimo deveria ser de R$ 1.439, levando em conta as determinações da Constituição e o custo da cesta básica.