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Rollerball é muita ação e pouca história

Pegue um daqueles filmes antigos, adicione uma colher de atores em ascensão em Hollywood, some muito barulho a tudo isso e ainda tempere com violência. Essa é a receita de Rollerball, que traz apenas o nome do longa-metragem original de 1975 de Norman Jewison.

As cenas iniciais indicam logo de cara o que está por vir, Jonathan Cross (Chris Klein, de American Pie 2) passeia pelas ladeiras de São Francisco a bordo de um trenó de rua que pode chegar a 100 quilômetros por hora e, entre outras coisas, passa por baixo de um caminhão. A montagem é frenética e o posicionamento de câmera tenta colocar o espectador na pele do protagonista.

Cross é um amante dos esportes radicais que acaba convencido pelo amigo e ex-companheiro de hóquei Marcus Ridley (o rapper LL Cool J) a entrar para uma equipe de rollerball, esporte extremamente violento no qual competidores sobre patins e motocicletas têm de arremessar uma bola de ferro contra um gol.

Ele acaba se tornando o maior astro do rollerball e sua fama rende muito a Alexi Petrovich, integrante da máfia russa que idealizou e que controla tudo que diz respeito ao esporte, principalmente os vultuosos acordos de transmissão de TV.

Como o rollerball não tem regras, é a audiência que decide o andamento da partida e Alexi começa a introduzir boicotes para aumentar o sangue que frequentemente escorre pela pista, para delírio dos fãs.

Aos poucos, Cross vai se dando conta do perigo a que estão expostos ele e seus colegas de time, mas seu chefe não parece muito interessado em alterar suas técnicas.

Quando as câmeras não perseguem a bola ou os jogadores, persegue carros modernos ou qualquer outro tipo de objeto que se movimente, o que dá ao filme uma agilidade impressionante.

As seqüências de ação vêm uma em seguida da outra com poucos intervalos, durante os quais os diálogos estão longe de conter o cinismo inteligente do original de Jewison.

Motocicletas, patins, explosões, pessoas voando pelos ares, tudo isso é pontuado por um rock barulhento e ininterrupto que inclui Rob Zombie e P.O.D., mas que não agradou muito aos americanos, já que o filme arrecadou apenas 9 milhões de dólares contra os 70 milhões gastos na produção.

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