No porto, os funcionários da Receita fazem operação padrão: os atendimentos são bem mais lentos do que o normal. No Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, a liberação de importações está com mais de dez dias de atraso.
“O final do movimento viria com a abertura da negociação com os deputados, para que a gente pudesse ter as reivindicações estudadas”, afirma o presidente do sindicato dos auditores fiscais, Renato Gama.
Mercadoria parada em alfândega significa perda de negócios e prejuízo para quem produz. Nesta semana, o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo, o Ciesp, conseguiu liminar para liberar as mercadorias que estão nas alfândegas do estado.
A greve também preocupa quem produz máquinas e equipamentos. Quatro em cada cinco fabricantes temem prejuízos, segundo levantamento do setor. Mais da metade das empresas tem tido dificuldades para liberar peças e equipamentos importados.
A paralisação também traz perdas para as exportações do setor: segundo empresários, o prejuízo causado pela greve já é de US$ 2,7 bilhões.
A Associação Brasileira da Indústria da Madeira também fez as contas: US$ 10 milhões a menos por dia.
A demora não só compromete novas vendas lá fora como também atrapalha a produção aqui dentro. “Nós estamos pensando em dar férias coletivas. Em mais um ou dois dias, devemos parar e eu sei de outros que já pararam ou vão parar também”, conta o empresário Gilson Müller Berneck.
A Receita Federal não fala sobre os prejuízos com a paralisação. O comando nacional de greve diz que cada aduana tem autonomia para decidir se volta ou não ao trabalho. Nesta sexta-feira (15) haverá assembléias em várias cidades do país para decidir se a paralisação continua.
Com o acordo fechado na Câmara para a votação em segundo turno a reforma da Previdência, mudar qualquer coisa é quase uma tarefa impossível.