Renegociação de serviços, revisão de valores e até cancelamento de contratos. Esse é o cenário que as empresas prestadoras de serviços terceirizados enfrentam neste início de ano. A situação deverá perdurar pelo menos por todo o primeiro semestre, na opinião de Ernesto Brezzi, presidente da Associação Brasileira do Mercado de Limpeza Profissional (Abralimp). O representante do segmento, entretanto, afirma que os empresários não podem deixar de confiar nos negócios futuros. “Os efeitos da crise poderão ser minimizados, desde que as empresas do setor invistam em ações para ganho de produtividade e aumento da eficiência”, afirma.
No final do ano passado, a Limp Serv, que oferece serviços de colocação de mão-de-obra terceirizada, sentiu diretamente os efeitos da crise, que vieram na forma de revisão e até cancelamento de contratos. De acordo com Luiz Pereira de Mattos Filho, sócio-diretor da prestadora de serviços, os clientes ligados ao setor automotivo foram os primeiros a rever os termos da parceria. “Como eles viram o próprio negócio ser afetado, imediatamente pediram a redução do efetivo que disponibilizávamos. Tive até um cliente que cancelou o contrato, para não demitir os próprios empregados, que estavam ociosos por conta da queda de pedidos do setor automobilístico, e passaram a cuidar da limpeza e serviços gerais”, afirma.
Segundo o empresário, a saída para o faturamento não cair ainda mais foi enxugar a equipe para conseguir oferecer bons preços e ganhar concorrências”. Alguns colaboradores foram remanejados, e saíram de férias todos os que já tinham o benefício vencido. “Dessa forma, consegui manter os funcionários, ao mesmo tempo em que economizava – no início do ano ocorre o dissídio coletivo e não terei que pagar sobre as férias gozadas”, diz o empresário.
Apesar dos ajustes, algumas demissões foram inevitáveis. “Tive que fazer um corte no pessoal da reserva técnica, que são os colaboradores de plantão na empresa. Mesmo assim, vou manter os investimentos em publicidade e treinamento, para ganhar ainda mais eficiência.”
Investir também é o caminho adotado pela Plax, química que produz para os segmentos de limpeza, lavanderia e tratamento de piso, para driblar a crise. “As empresas devem manter os investimentos, principalmente em ações de massa, como a participação em feiras. Este não é o momento de recuar nos investimentos”, afirma Romilton Anjos dos Santos, diretor da empresa.
Ele espera investir 10% do faturamento mensal no desenvolvimento de produtos e ações de marketing em 2009. Por esse motivo, ele não prevê demissões. “Na medida em que faço os investimentos, preciso continuar com a estrutura de atendimento para manter a qualidade. Por enquanto, não está nos meu planos realizar demissões”, diz.
Confiança – Apesar do cenário de incertezas, o presidente da Abralimp descarta o pessimismo. Ele lembra que o setor vem acompanhando o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). “Se o Brasil tiver um crescimento menor em 2009, como tudo indica, o setor continuará crescendo, ainda que em menor velocidade.