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Responsabilidades dos homens públicos em tempo de crise

Guarulhos, 08 de junho de 2009

A crise financeira e econômica internacional trouxe um desafio extra para parlamentares e administradores públicos. É preciso preservar a confiança da população no desempenho da economia e na capacidade das autoridades em lidar com esse novo cenário. Trata-se de algo fundamental para manter girando a roda da economia brasileira. Passar confiança, tranquilidade e segurança nas decisões – e, assim, liderar um país nos momentos mais difíceis – é o que diferencia o estadista de um político comum.

Com esse desafio em mente, é fundamental aos homens públicos permanecer atentos para evitar que a crise se torne um fenômeno de pânico coletivo e atinja a sociedade. Não menos importante é que o poder público trabalhe para que as empresas não utilizem o difícil momento econômico como desculpa para demissões em massa injustificadas, que desamparam milhares de trabalhadores. Até agora, o presidente da República, por exemplo, tem feito um trabalho excepcional em manter a confiança da população na economia brasileira.

Isso só foi possível porque o Brasil tem bases econômicas sólidas e responsáveis. Dessa forma, o medo, que alguns adversários do PT já tentaram utilizar contra o próprio partido, foi dissipado pelas ações do governo e pelo comportamento do presidente Lula. A isso, chama-se responsabilidade com o país – exigência vital para homens públicos.

Em tempos de crise financeira, as reações ficam mais extremas. E um ambiente de medo não é benéfico para ninguém. Infelizmente, é comum que princípios de boa gestão – que guiaram muitas empresas nos tempos de vacas gordas – pareçam evaporar da cabeça dos gestores empresariais em momentos de dificuldades. Isso deve ser evitado a todo o custo. Funcionários são patrimônio das empresas, já que foram por elas treinados, capacitados e guardam conhecimento essencial para o bom funcionamento dos negócios. Assim, não podem ser descartados quando o ambiente de medo se instala.

A saída para se encontrar o equilíbrio entre as necessidades das empresas e as dos funcionários é que as decisões sejam transparentes e os trabalhadores participem desse processo. Aos parlamentares e administradores públicos, o importante é zelar para que não haja excesso de nenhum lado. Às empresas que desfrutam de benesses do governo, são ainda mais inaceitáveis episódios de má-fé, no qual colocam na rua – sem prévias negociações com sindicatos ou sem o lançamento antecipado de planos de demissão voluntária – centenas ou milhares de trabalhadores. Cabe a todo homem público a responsabilidade de lutar pelos direitos dos trabalhadores e de dissipar o ambiente de pânico e de medo. E, à sociedade, cabe cobrar para que seus representantes legitimamente eleitos, nas t rês esferas da administração pública, desempenhem com virtudes essas funções.

Zé Luiz Guimarães é vereador por Guarulhos (PT) e líder do Governo na Câmara