Resgate de presos pode ter ligação com morte de Celso Daniel
A morte do prefeito Celso Daniel, de Santo André, pode ter ligação com o grupo que resgatou presos de uma cadeia de Guarulhos, no último dia 17.
Na noite de sexta-feira, policiais civis descobriram um cativeiro na rua Urca, no Jardim Vazame, no Embu (Grande SP). A casa pode ter sido usada como cativeiro do prefeito assassinado.
Vários indícios levam a essa suspeita: lá havia um Santana azul com as mesmas características de um dos veículos usados para sequestrar o prefeito (segundo a única testemunha, Sergio Gomes da Silva); havia ainda um envelope branco com o logotipo do restaurante Rubayat, onde Daniel e Gomes da Silva jantaram antes do sequestro; também foram achados fios de cabelo branco no porta-malas do carro e colchonetes, comida e roupas, na casa.
Trata-se de um pequeno sobrado de tijolo à vista, que pertence a Gleison Gomes de Souza. Ele é acusado pela polícia de ter feito o resgate “espetacular”, com o helicóptero, no presídio José Parada Neto. Um dos resgatados foi o sequestrador Dionísio Aquino Severo. O outro é Ailton Alves Feitosa.
Ambos cumpriam pena de 50 anos por homicídio, sequestro e roubo.
A polícia apreendeu também documentos, um pente de pistola 380, e um pedaço de calça bege, da mesma cor da que o prefeito usava ao ser levado pelos sequestradores.
A polícia chegou ao local não devido à morte do prefeito, mas com um mandado de busca e apreensão relativo ao resgate de presos com helicóptero em Guarulhos.
Segundo o delegado Romeu Tuma Júnior, titular da Seccional de Taboão da Serra, muitas vítimas devem ter passado pelo cativeiro. “Há também uma suposta ligação entre os dois casos [o resgate de presos e o sequestro de Celso Daniel].”
Os materiais recolhidos deverão passar pela perícia.