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Renda de metade dos empreendedores é de até três salários mínimos

Metade dos empreendedores brasileiros alcança renda mensal de, no máximo, três salários mínimos. Esse é um dos dados apontados pela pesquisa da Global Entrepreneurship Monitor, a GEM 2011, feita pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) Nacional em parceria com o Instituto Brasileiro da Qualidade e Produtividade (IBQP) em 54 países.

A GEM levanta as principais características do empreendedorismo em cada um dos países pesquisados e considera tanto os negócios formais quanto os informais. Foram ouvidas apenas pessoas entre 18 e 64 anos.

A pesquisa mostrou ainda que um terço dos 27 milhões de empresários no Brasil fatura entre três e seis salários mínimos e menos de 15% recebe mais de seis salários mínimos por mês gerindo o próprio negócio.

Vagas de trabalho – Os pequenos negócios são responsáveis pela maior parte das vagas de trabalho no Brasil. Dados referentes a 2010 da Pesquisa de Emprego e Desemprego do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostram que os pequenos negócios geram dois em cada três postos de trabalho no setor privado.

O Brasil ocupa o terceiro lugar no ranking de número de empreendedores. Atrás apenas da China e dos Estados Unidos, o Brasil é o país com o maior número de pessoas envolvidas ou em processo de criação de um negócio próprio em 54 países pesquisados.

A China, que lidera o ranking, tem quase 370 milhões de empresários. Já os Estados Unidos, que ocupa a segunda posição, cerca de 40 milhões.

“O Brasil mudou muito nos últimos anos: cresceram a renda e o nível de emprego. Por isso, hoje temos empreendedores mais qualificados, que buscam no próprio negócio a oportunidade para se desenvolver”, diz o diretor-técnico do Sebrae, Carlos Alberto dos Santos.

Ao comentar a pesquisa, ele ressalta ainda a forte presença feminina e de jovens e o grau de instrução, que também aumentou. “O Brasil sempre se destacou por ter grande energia empreendedora”, afirma Santos.

Os empreendedores representam 27% da população adulta brasileira, sendo que 85% estão no mercado há mais de três meses. Desses, 12 milhões, o equivalente a 45%, estão estabelecidos em seus segmentos de atuação, ou seja, operam no mercado há mais de 42 meses.

Outros 11 milhões, 40% do total, são classificados como novos empreendimentos por funcionarem há mais de três meses e menos de 42 meses. A pesquisa aponta também que 15% dos empreendedores, ou 4 milhões de pessoas, estão envolvidas na criação do próprio negócio.

Oportunidade –
A maioria dos empresários  constatou uma oportunidade de mercado e  virou empreendedor. Estima-se que, para cada negócio aberto por necessidade, por exemplo por motivo de desemprego, 2,24 começam pela identificação de uma oportunidade. O número é o maior desde que a pesquisa GEM começou a ser realizada, em 1999, mas  é inferior à média dos 54 países, que é de 4,35 negócios por oportunidade para cada um aberto por necessidade.

Mulheres – A pesquisa indica a forte participação das mulheres. Do grupo dos empreendedores iniciais brasileiros, ou seja, aqueles que estão envolvidos na criação de um negócio ou que já têm um negócio com até 42 meses, a proporção de mulheres à frente  é maior que a média mundial. De cada 100 empreendimentos iniciais, 49 têm comando feminino. A média desse grupo, nos 54 países pesquisados, é de 37 empreendedoras para cada 100.

Elas preferem negócios como estética e tratamento de beleza, comércio de vestuário, fornecimento de comida preparada e confecções.

Já os homens disseram que gostam mais de atividades ligadas à manutenção e reparação de veículos automotores, minimercados, lanchonetes e similares, e transporte de passageiros.

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