A embaixadora dos Estados Unidos no Brasil, Donna Hrinak, divulgou nesta sexta-feira, 21, nota dizendo que o fato de o governo brasileiro discordar de uma ação militar sem a autorização da Organização das Nações Unidas (ONU) não vai interferir nas relações entre os dois países.
“Nós respeitamos o direito que o Brasil tem de discordar sobre a melhor forma de atingir a meta que compartilhamos: um Iraque que não mais represente uma ameaça para os outros países”, diz a nota. Para a embaixadora, o fato de Brasil e Estados Unidos discordarem sobre a forma preferida de ação quanto ao Iraque “não irá interferir na ampla agenda de assuntos econômicos, científicos, sociais, ambientais e outros nos quais nossos países trabalham”. Segundo a diplomata, as 17 resoluções do Conselho de Segurança da ONU nos últimos anos 12 anos deixaram claro que Saddam Hussein deve ser desarmado. “O ponto em que a opinião mundial diverge é sobre como conseguir esse desarmamento.
A visão dos EUA é que, decorridos 12 anos e 17 resoluções chamando a atenção para esta ameaça, chegou a hora de forçar o desarmamento que todos concordamos ser essencial”, afirma Hrinak. A embaixadora diz ainda na nota que “os Estados Unidos tentaram evitar a guerra, recorrendo repetidamente às Nações Unidas para resolver o problema e eliminar a ameaça que o Iraque representa para a paz mundial”, mas que a atitude do regime iraquiano não mudou. “O Iraque não se desarmou e seu desafio coloca em risco seus vizinhos e o mundo”, declara a embaixadora, lembrando que Saddam Hussein “decidiu entrar em guerra contra o Irã, contra o Kuwait e, talvez, o mais estarrecedor, contra seu próprio povo”.