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Recuperação do varejo já é generalizada

Guarulhos, 21 de novembro de 2003

Resultado das consultas ao SCPC e Usecheque mostra que o crescimento registrado nas vendas a prazo agora alcança também as transações a vista

Depois da melhora nas vendas a prazo, registrada nas consultas ao Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), em outubro, chegou a vez das transações a vista, refletidas nas chamadas ao Usecheque, darem um salto expressivo. Na primeira quinzena de novembro o total de consultas ao indicador cresceu 4,8% em relação ao mesmo período do ano passado. A alta também incidiu sobre o registro parcial de outubro do Usecheque, em 2,9 pontos percentuais.

Os números demonstram a força da retomada do movimento no comércio de bens não duráveis. “A melhora no indicador de compras a vista leva a crer que o crescimento das vendas, já verificado no segmento de bens duráveis, agora atinge o setor varejista de roupas e de calçados. Os lançamentos voltados às estações primavera e verão já estão nas lojas e devem ter saída neste fim de ano, em função da melhoria no cenário econômico brasileiro”, explica Emílio Alfieri, economista do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).

Transações a prazo – O crescimento no número de consultas ao SCPC na primeira quinzena de novembro manteve-se próximo ao averiguado no mês passado. A alta foi de 8,5% no período na comparação com 2002. O número mostra, segundo os economistas, a sinalização de continuidade no processo de evolução das compras de bens duráveis, como móveis e eletrodomésticos.

Na opinião de Guilherme Afif Domingos, presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais de São Paulo (Facesp), o resultado positivo também pode ser explicado pelo fato de haver um dia útil a mais nesta primeira quinzena e pela base fraca de comparação de 2002. Naquela época, a economia enfrentava uma série de incertezas e a franca retração em todos os setores produtivos.

Inadimplência – Já o total de registros de inadimplentes cresceu 4,2% nos primeiros quinze dias da pesquisa de novembro em relação a 2002. No entanto, esse aumento não chega sequer a ser próximo da elevação dos cancelamentos de registros de inadimplentes, que subiu 12,4% sobre igual período do ano passado.

Esse dado mostra que a população está preocupada em limpar seu nome na praça para conseguir crédito para as compras de Natal. O que deve contribuir para o crescimento das vendas no setor de varejo, “desde que o Comitê de Política Monetária prossiga com a tendência de queda da taxa básica de juros”, reforça Domingos.

Para Alfieri, a redução no número de exclusões é significativo em relação aos registros de outros anos.

Juliana de Moraes