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Recuo da indústria desafia governo

Guarulhos, 17 de outubro de 2002

O próximo presidente assumirá com a indústria brasileira em queda de atividade logo no início do ano que vem. Para combater essa realidade, o novo governo terá de reforçar o compromisso com a estabilidade, retomar políticas industriais voltadas ao aumento das exportações e completar o processo de reformas institucionais. Esse foi o recado dado aos candidatos à Presidência da República pelo novo presidente da Confederação Nacional da Indústria, deputado Armando Monteiro, ao tomar posse no comando da entidade.

As palavras de Monteiro fazem parte da estratégia de ampliar o papel “político” da CNI nos próximos anos. Para Monteiro, a confederação deve participar mais ativamente das discussões e “estreitar” o relacionamento com o governo, sociedade e parlamentares.

Será necessário ao novo presidente reforçar, assim que for eleito em 27 de outubro, o compromisso de segurar a inflação, manter o controle das contas públicas e não tentar saídas radicais para a gestão da dívida pública, como renegociação, moratória ou calote.

– Nosso país deve priorizar a idéia do crescimento. Mas crescer em bases sustentáveis significa respeitar os fundamentos econômicos – completa.

Na avaliação do presidente da CNI, Lula e Serra se propõem a manter esses princípios em seus programas de governo. Para ativar o crescimento da economia, será necessário retomar políticas industriais especialmente voltadas à produção destinada ao mercado externo. A meta é gerar dólares para o país.

– Reconceituar o foco da política industrial não significa reclamar subsídios, proteção e nem compactuar com a ineficiência. A política industrial precisa promover a competitividade, eliminar as distorções do sistema tributário, melhorar o acesso a financiamento e as condições de infra-estrutura e logística do país – define Monteiro.

Induzir a desconcentração industrial do país também deverá ser outro eixo das políticas para o setor industrial. Outra prioridade é completar ao processo de reformas legislativas, como previdenciária, trabalhista, política e judiciária.