ACE-Guarulhos

Receita investiga irregularidade no comércio exterior

A Receita Federal está intimando 4.418 empresas que apresentaram indícios de incompatibilidades entre os respectivos volumes de recursos transacionados em comércio exterior e sua capacidade financeira. A informação é do secretário da Receita, Everardo Maciel, e vem na mesma hora em que alguns analistas começam a denunciar desvios de linhas de exportação para o mercado de derivativos cambiais. Dados do Banco Central (BC) mostram que as linhas de exportação, de um ano para cá, caíram de US$ 9,8 bilhões para US$ 7,4 bilhões. Uma queda de 24% que não combina como a “escassez” de linhas para o comércio exterior registradas pelas empresas brasileiras.

“Implantamos um novo sistema, o Radar, que faz um interposição automática de números, comparando volume de exportações e importações, faturamento, patrimônio da empresa e dos sócios, movimento financeiro da empresa e dos sócios e outros itens. O sistema registra fatos díspares”, contou o secretário da Receita, informando que, do total de empresas que foram intimadas, 2.113 são do Estado de São Paulo, onde afinal se concentra o grosso da economia no Brasil. Em segundo lugar, vêm Espírito Santo e Rio de Janeiro (650 empresas distribuídas pelos dois Estados).

Essas empresas terão de dar explicações sobre a movimentação desequilibrada, em face dos balanços apresentados. “Quem não atender ao pedido da Receita em 20 dias vai ser classificadainapta”, diz Maciel. Isto é, será caracterizada como empresa-laranja e entra na condição de objeto de fiscalização com a devida representação penal. “Seu registro estará preso: qualquer nota da empresa será considerada fria”, adianta Maciel.

Sonia Racy e Sergio Lamucci

Sair da versão mobile