A idéia é substituir gradativamente todas as cédulas, iniciando pela cédula de R$ 50, que é hoje uma das mais falsificadas no país. O chefe do Departamento do Meio Circulante do Banco Central, José dos Santos Barbosa, o objetivo é dotar as cédulas de dispositivos variados de segurança.
De acordo com Barbosa, apesar de o BC estar trabalhando no projeto da nova família do Real de forma “célere”, é preciso ter calma na mudança pois não é possível colocar qualquer coisa nas cédulas.
O técnico conta que, quando o Real estava para ser lançado, o BC teve um prazo de apenas cinco meses para fazer a família de cédulas e de moedas. Desde então, vários problemas surgiram como, em 1996, quando a marca d'água das cédulas de R$ 1, R$ 5 e R$ 10 teve que ser mudada porque os falsários estavam lavando cédulas de menor valor para falsificar cédulas maiores.
Em razão dessas ações, em 1996, a cédula de R$ 100 era a que tinha maior índice de falsificação e hoje é uma das menos usadas pelos falsários.
Um dos problemas da família do Real está no tamanho das cédulas, que é igual para todos os valores. Por isso, ao longo dos anos, segundo Barbosa, o BC vem criando novos mecanismos de segurança, como a banda holográfica, aquela fita prateada, da cédula de R$ 20, a implantação de marcas d'água diferentes e até mesmo a escolha de material plástico para confecção das cédulas.
Para identificar uma cédula de R$ 50 verdadeira, é preciso observar, por exemplo, a marca d'água com a efígie da República, o fio de segurança ao longo da nota se há o registro coincidente das armas nacionais.
Segundo Barbosa, essas iniciativas são positivas, mas ainda representam pouco. Por isso, a solução para o problema está na nova família do real. O projeto ainda deve ser apresentado ao CMN (Conselho Monetário Nacional), para que seja aprovado. A estimativa, no entanto, é de que o processo de substituição só comece em 2004.
Sandra Manfrini