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Racionamento pode terminar no fim de março

Guarulhos, 09 de janeiro de 2002

ImagemO racionamento de energia poderá terminar até o fim de março nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, caso se confirmem as projeções mais otimistas dos técnicos do governo. No Nordeste, área mais afetada, a possibilidade é de que o fim do racionamento ocorra em maio.

Essa perspectiva pode se confirmar com o grande volume de chuvas dos últimos dias, que vem enchendo com mais rapidez os reservatórios das usinas hidrelétricas do Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste. Os membros da Câmara de Gestão da Crise de Energia Elétrica (GCE), contudo, ainda preferem não fazer previsão sobre o tema. A norma é esperar pelo menos fevereiro, quando o comportamento das chuvas poderá ser avaliado melhor.

No Sudeste e Centro-Oeste o nível de água dos lagos já ultrapassou os limites mínimos previstos pelo governo para fevereiro e março. Dados do ONS mostram que, na segunda-feira, as barragens das hidrelétricas nas duas regiões alcançaram 35,96% de sua capacidade. A expectativa mais pessimista da GCE era de que os reservatórios só chegariam a 35% em fevereiro, mantendo-se neste nível em março.

Projeções de ontem da Câmara indicavam que a demanda normal no Nordeste pode ser atendida caso seus reservatórios atinjam 34% da capacidade máxima em 30 de abril. Na segunda-feira, os reservatórios da região alcançaram 20,2% da capacidade e existe a possibilidade de o nível chegar a 34,9% no fim de janeiro. O racionamento de energia no Nordeste poderia, assim, ser suspenso a partir de maio, caso as chuvas continuem abundantes na região e não haja atraso na instalação das usinas térmicas que estão sendo implantadas. Em outra previsão extrema, a GCE prevê que sem a ajuda das térmicas os reservatórios precisariam atingir 48% de sua capacidade para atender ao mercado.

Segundo o ministro de Minas e Energia, José Jorge, as projeções foram feitas com base na pior hidrologia da história, ocorrida no ano passado. Mas ele lembra que os institutos meteorológicos estão prevendo chuvas superiores às de 2001. “Temos que trabalhar pelo menos com a água na calha do rio”, disse.

Nas projeções do governo, a demanda do mercado por energia será atendida com uma oferta de apenas 93% da disponível antes do racionamento. Os técnicos acreditam que 7% de economia foi obtida mediante medidas de racionalização no uso da eletricidade, tornando-se um ganho definitivo.

Além das recentes chuvas, a economia tem contribuído para aumentar o nível dos reservatórios. Segundo o ONS, foram gastos no Sudeste e no Centro-Oeste, de 1º a 7 de janeiro, 20.579 MW médios, para uma meta de consumo de energia de 23.500 MW médios. A economia acumulada do mês foi de 12,43% acima da meta. (AE)