O ritmo de queda da taxa básica de juros (Selic), que já caiu 10 pontos percentuais desde junho, será menor em 2004. O diretor de política econômica do Banco Central, Afonso Bevilaqua, disse nesta terça-feira, 30, que “deverá haver parcimônia” nas próximas decisões do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a Selic.
A necessidade de maior cuidado em 2004 decorre das incertezas sobre os efeitos dos cortes já realizados na taxa de juros sobre a economia e que, segundo Bevilaqua, ainda não se fizeram sentir plenamente.
Segundo ele, existe uma defasagem de três a seis meses entre a decisão do Copom e o seu impacto sobre a atividade econômica. Há também uma defasagem de seis a nove meses entre a reação da economia aos juros e os efeitos disso sobre a inflação.
A Selic está em 16,5%, menor taxa desde abril de 2001.Mas a redução dos juros para o consumidor ficou muito aquém do corte acumulado pela Selic no ano. Enquanto a taxa básica de juros apresenta uma queda de 35,29% (de 25,5% para 16,5% ao ano), os juros médios cobrados por comércio, bancos e financeiras devem recuar apenas 8,98% (de 165,87% para 150,98%), conforme cálculos da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac). Considerando só as operações de crédito no varejo, a queda pode chegar a no máximo 11,36% no ano.
