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Profissionais e satisfeitas, elas estão no comando

Guarulhos, 09 de março de 2005

Sucesso na vida profissional e pessoal é o sonho de todas as mulheres. Foram anos de luta para conquistarem o respeito da sociedade. E elas conseguiram, mas, além de se estabelecerem profissionalmente, ainda conseguiram ganhar a preferência de muitas corporações em todo o mundo para cargos de liderança.

Dados da Fundação Carlos Chagas, no período de 1981 a 1998, demonstram que o crescimento do número de mulheres economicamente ativas no País foi de 111%, enquanto que o de homens foi de 40%.

A estimativa é de que 40 milhões de mulheres tenham jornada dupla – carreira, casa e família. Mas estão satisfeitas e o sentimento é um só: valeu a pena a luta que começou há muitos anos e a superação de todos os obstáculos.

Reconhecimento – “Hoje a mulher é bem reconhecida profissionalmente, embora seja mais cobrada e tenha que responder por tudo”, enfatiza a sócia e diretora da agência de marketing promocional e eventos, Fabiana Schaeffer, 33 anos, grávida de quatro meses.

Para conseguir esse sucesso, as mulheres tentam conciliar a vida profissional com a pessoal, acumulando tarefas. O resultado é que o casamento e os filhos chegam bem mais tarde. Ao contrário do estresse e das doenças – as mais variadas -que chegam mais cedo. “Isso acontece porque a mulher deixou de se render às próprias emoções” destaca a psicóloga de abordagem yunguiana e cognitivo comportamental, Maria Arielze Rabelo Branco.

É que nesta batalha, para conseguir seu lugar ao sol, a mulher teve que usar o modelo masculino, deixando de lado sua feminilidade, sua essência. A implicação desse fato é que as mulheres deixaram de “sentir” e passaram a “racionalizar” tudo, inclusive no relacionamento com o parceiro, passando, por isso, mais tempo sozinhas. “As mulheres têm que acreditar na própria força. Ela é capaz de vencer pela sabedoria e sensibilidade, a inteligência emocional”, enfatiza a psicóloga.

Mulheres no comando – Segundo ela, hoje em dia, muitas empresas querem mulheres no comando, pois acreditam que elas são mais eficientes para solucionar conflitos. Assim que essas mulheres descobrirem a própria força e capacidade, ganharão o mercado sem precisar deixar de lado a sensibilidade, característica tão marcante na personalidade feminina.

Além de recuperar a “alma feminina” para ter uma vida mais saudável e realizada é preciso também gerenciar o tempo, de modo que as atividades sejam feitas sem comprometer a saúde e os afazeres diários.

De acordo com o consultor especializado em gerenciamento do tempo, da consultoria Franklin Covey, Paulo Kretly, é fundamental estabelecer prioridades, planejar e organizar o tempo, seja na vida profissional ou na pessoal, de maneira a obter o equilíbrio.

As mulheres são mais criteriosas, organizadas, por isso também, mais estressadas. “O dia tem 24 horas, então temos que escolher o que fazer, para dar conta de todas as tarefas, para não ficar com a sensação de frustração quando não realizamos todas as atividades que gostaríamos”, diz Kretly.

Qualidade de vida – Psicóloga de formação, mãe de duas filhas e empresária, Sílvia Wiedman encontrou uma maneira de conciliar a administração de suas três empresas, da Ong Lus – Legião da União Solidária e, ainda, de dispensar atenção à família. “Tenho regras próprias para ter qualidade de vida. Faço o que gosto e no meu ritmo”.

E todos são unânimes em afirmar que gostar do que faz contribui para fazer bem o que gosta. Priorizar tarefas e usar a sensibilidade são pontos fundamentais para conseguir viver em harmonia tanto no trabalho como na vida pessoal.

Luciana Reis