Procuram-se pequenas empresas
A sobrevivência de gigantes como IBM e Microsoft nos próximos anos depende das pequenas e médias empresas. Este nicho de mercado, carente de soluções e visto até então como secundário, começou a ser valorizado e já está sendo considerado prioritário pelas companhias não só no Brasil como em todo o mundo. Há cerca de dois anos, as duas companhias rivais criaram uma divisão específica para tratar desse público, chamando de SMB (Small and Medium Business). Mas os resultados destas novas unidades de negócios começam a ganhar força agora.
Para a IBM, o mercado de SMB representa hoje 50% das vendas no Brasil e a estimativa é de saltar para 70% nos próximos cinco anos. Para alcançar a meta projetada, a IBM adaptou sua linha de softwares com base nas necessidades das pequenas empresas para versões mais ágeis, simplificadas e financeiramente mais acessíveis. Ao lado de cada software lançado, a versão especial ganha o acréscimo do termo Express.
Soluções específicas – O diretor de SMB e Novos Canais da IBM, Armando Toledo, reconhece que a demanda das pequenas e médias empresas por tecnologia está crescendo. “Aos poucos começa a percepção de que mesmo sendo pequeno é preciso trabalhar de forma ordenada”, diz ele. O fato é que numa economia em crise, as vantagens competitivas estão nas mãos daqueles que conseguem reduzir custos e otimizar as operações – benefícios que podem ser alcançados via adoção de tecnologia.
IBM – Segundo o executivo, o desenvolvimento da divisão de SMB é prioridade e a companhia promete novos lançamentos, com soluções específicas para este tipo de público. O servidor IBM iSeries Express SMB é o exemplo de um produto que nasceu com a proposta de ajudar as pequenas empresas a serem mais a eficazes e a reduzirem os custos. O resultado é um servidor que ocupa menos espaço, requer uma gestão mínima, tem potencial para evoluir em desempenho e complexidade à medida do crescimento do negócio e não prende o cliente ao vendedor de software.
Microsoft – Enquanto a IBM põe no mercado novos produtos, a Microsoft também trabalha com versões mais simplificadas e adota uma postura investigativa. A companhia está fazendo um mapeamento do mercado, dedicando-se a pesquisas que vão custar R$ 4 milhões só em 2003 para identificar como está sendo atendido e do que necessita o pequeno empresário brasileiro. A gerente de SMB da Microsoft, Cristina Nogueira, afirma que há muito o que ser feito. “A exclusão digital está se dando entre os pequenos empresários”. A Microsoft trabalha com parcerias para conceder linhas de crédito a juros menores e está intensificando o treinamento do seu canal de vendas para prestar assessoria especializada. “Os empresários acabam perdidos diante das novidades e não sabem que solução é mais adequada ao seu orçamento e às suas necessidades reais”, afirma.
Tsuli Narimatsu