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Private label: poucos benefícios

Os juros cobrados pelas empresas de varejo para os seus cartões private label são tão elevados quanto os dos cartões de crédito tradicionais, ou mais. A taxa para refinanciamento (rotativo) pode chegar a 15,4% ao mês. O levantamento faz parte de um estudo comparativo entre cartões private label feito pela empresa de monitoramento CardMonitor, que analisou os maiores do mercado: Americanas, C&A, Carrefour, Hipercard, Marisa, Pernambucanas, Ponto Frio, Renner, Riachuelo e Submarino.

Segundo José Antonio de Carvalho, sócio-diretor, um dos motivos dos varejistas cobrarem taxas tão elevadas se deve à perda de rentabilidade da anuidade – a maioria dos private label não cobram essa tarifa. Segundo o estudo, as Lojas Americanas cobram o maior juro no rotativo, 15,4% ao mês. A Riachuelo tem a menor taxa, de 9% ao mês.

A boa notícia, segundo Carvalho, é que, conforme evolui o relacionamento com o cliente, a tendência é de as empresas diminuírem a cobrança. “Por não conhecedor o perfil pagador do consumidor, as empresas oferecem o cartão com juro elevado para o rotativo. Se ele se mostrar um bom pagador, a tendência é de a taxa cair”.

Em um mercado competitivo, os private label são uma forma de fidelizar. Se bem utilizados, tornam-se uma importante ferramenta de marketing, pois, ao acompanhar o histórico de compras do cliente, o varejista forma um banco de dados para criar, por exemplo, campanhas e promoções específicas para cada perfil.

O executivo da CardMonitor alerta: o varejista interessado em adotar o private label como ferramenta de venda, deve oferecer alguma vantagem que o cliente não tem se comprar com o cartão tradicional. “Essa é a essência do instrumento: oferecer algo para o consumidor sentir necessidade de ter aquele cartão. Caso contrário, um plástico tradicional é o suficiente”, diz.

Em geral, a vantagem vem em forma de parcelamento mais flexível ou em descontos em determinados produtos. No caso do cartão C&A, é possível comprar em até cinco vezes sem juros, sem valor mínimo para as parcelas. Nos produtos de outros emissores, o parcelamento é em menos vezes. Usando a bandeira Visa por exemplo, os artigos de vestuário da loja são parcelados em até três vezes para compras acima de R$ 50. No Carrefour, compras acima de R$ 120 efetuadas com o cartão da marca permitem entregas de táxi, sem custo, em um raio de dez quilômetros da loja.

Emitir o plástico no ato do preenchimento da proposta é outra vantagem do private label em comparação com os demais cartões. “Esse procedimento incentiva a compra por impulso”, afirma Carvalho. Por isso, é importante a presença de promotores na loja para agilizar o atendimento. Dos cartões analisados, apenas Carrefour e Ponto Frio não emitem o plástico no ato da aprovação, mas permitem efetuar a primeira compra na hora. O estudo completo será apresentado no 4º Congresso de Cartões e Crédito ao Consumidor, de 27 a 29 de agosto de 2008, no Hotel Transamérica.

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