Previsão de gastos do PT, do PSDB e do PSOL nestas eleições
PSDB PREVÊ ATÉ R$ 85 MILHÕES
A mais cara campanha eleitoral para presidente da República começa oficialmente hoje. Os sete candidatos ao Palácio do Planalto anunciaram ontem ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que, juntos, prevêem teto de gastos de R$ 279,1 milhões para se elegerem.
O partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva prevê gastar R$ 89 milhões ( veja reportagem nesta página, à direita ); Geraldo Alckmin, do PSDB, vem em segundo lugar, com R$ 85 milhões; Luciano Bivar (PSL), R$ 60 milhões; Cristovam Buarque (PDT) e José Maria Eymael (PSDC), R$ 20 milhões cada; Heloisa Helena (PSol), R$ 5 milhões e Rui Pimenta (PCO), R$ 100 mil.
Limite – O candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, informou nesta quarta-feira que o limite de gastos de sua campanha eleitoral é de R$ 85 milhões.
“Isto é uma previsão para duas eleições, primeiro e segundo turnos. Isto é o teto, certamente o gasto será bem menor e a arrecadação também será bem menor”, disse Alckmin a jornalistas após participar de reunião do conselho político de campanha.
“Faremos uma campanha com o menor gasto possível e rigorosamente cumprindo a legislação”, disse. Para isso a campanha terá um comitê financeiro composto pelo jurista Miguel Reale Jr. e pelo vereador José Anibal.
Acima dos limites – Na eleição passada, os candidatos previram gastar R$ 133,6 milhões. O então candidato José Serra (PSDB) declarou o teto de R$ 60 milhões; Lula, R$ 48 milhões; Anthony Garotinho (PSB), R$ 25 milhões; Ciro Gomes (PPS), R$ 250 mil; José Maria de Almeida (PSTU) e Rui Pimenta, R$ 200 mil.
A previsão de gastos é um dado que a Justiça Eleitoral exige de cada candidato, mas ele pode fazer correções sem problemas. Na eleição de 2002, por exemplo, Lula previu inicialmente que gastaria R$ 36 milhões. No meio da campanha aumentou as despesas para R$ 48 milhões e acabou declarando R$ 39 milhões.
Limitações – Desta vez, a campanha tem restrições impostas pelo Congresso e pelo TSE. Está proibida, por exemplo, a distribuição de brindes, camisetas e cestas básicas. Desaparecem os outdoors, cartazes luminosos e faixas, bem como pôsteres em bens públicos, em paradas de ônibus e orelhões. E os trios elétricos não podem mais ser transformados em palanque. ( Agências )
ESTIMATIVA DO PT: R$ 89 MILHÕES
Em seu pedido de registro das candidaturas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e José Alencar (PRB) à reeleição, a coligação “A Força do Povo, que reúne militantes do PT, do PRB e do PCdoB, apresentou uma estimativa de gastos máximos de R$ 89 milhões com sua campanha presidencial. A informação foi dada ontem ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Ainda assim, o presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), destacou que essa previsão de gastos de R$ 89 milhões “não é o orçamento da campanha, que deverá ter um valor bem inferior a isso”. Berzoini afirmou que a previsão é apenas uma garantia para que o partido não seja posteriormente punido com possível excesso de gastos. Ou seja, o valor foi propositalmente elevado para que o PT não seja surpreendido com acusações referentes a diferenças expressivas no valor declarado.
O pedido de registro da coligação “A Força do Povo” foi o terceiro recebido pelo tribunal. Na segunda-feira, o Partido Social Liberal (PSL) registrou chapa única formada pelo ex-deputado federal Luciano Bivar, candidato a presidente, e pelo ministro aposentado do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Américo de Souza, candidato a vice. Ontem, foi protocolado o pedido de registro da chapa do Partido Democrático Trabalhista (PDT), que lançou a candidatura do senador e ex-ministro da Educação Cristovam Buarque à presidente da República e do senador Jefferson Peres (AM) a vice-presidente.
O prazo para que os partidos políticos e coligações solicitassem à Justiça Eleitoral o registro de seus candidatos terminou às 19 horas de ontem. Caso não o tenham feito, o próprio candidato pode requerer o registro até sexta-feira. Esses prazos foram definidos pela Lei 9.504/97 (Lei das Eleições), em seu artigo 11.
Enquanto os candidatos a presidente e vice-presidente são registrados no TSE, o registro dos candidatos a governador e vice-governador, senador e suplentes, deputados federal, estadual e distrital deve ser feito nos respectivos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs), em conformidade com o artigo 22 da Resolução 22.156, do TSE.
A assessoria do TSE lembra que, uma vez protocolado o registro da candidatura ou chapa, cabe à Justiça Eleitoral aferir os requisitos legais referentes a filiação partidária, domicílio e quitação eleitoral, bem como a comprovada inexistência de prática de crimes eleitorais pelos candidatos.
Os pedidos de registro são então distribuídos para a análise pelos ministros que integram o TSE, que devem homologá-los. Todos os pedidos, impugnados ou não, devem ser julgados até o dia 23 de agosto, conforme disposto no Calendário Eleitoral. ( AE )
HELOÍSA HELENA: R$ 5 MILHÕES, NO MÁXIMO
Acompanhada de um grupo de cerca de 30 militantes, a senadora Heloísa Helena (PSol-AL) compareceu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na tarde de ontem para registrar sua candidatura. Em meio aos gritos de “para combater o mensalão, é Heloísa Helena presidente da nação”, a senadora informou que estipulou o teto de R$ 5 milhões para sua campanha e criticou os adversários, que farão campanhas bem mais robustas.
“O montante de recursos que os candidatos mais poderosos apresentaram ao TSE não é uma boa sinalização, é uma sinalização perversa do abuso do poder econômico e dos riscos de corrupção. O meu País ficará orgulhoso de ter uma mulher na Presidência que não mente, não trai, não rouba, nem deixa roubar. O essencial é que o povo recupere a esperança”, disse.
Para conseguir os R$ 5 milhões, Heloísa Helena aposta no apoio dos fundadores de seu partido. Segundo ela, se cada um dos 500 mil que assinaram a ficha de criação do PSol contribuírem com R$ 10, a legenda conseguirá o dinheiro. “Por enquanto não temos nem 10 mil”, disse.
PCO – O Partido da Causa Operária (PCO) protocolou no Tribunal Superior Eleitoral o registro da candidatura do jornalista Rui Costa Pimenta à presidência da República. Seu companheiro de legenda, Pedro Paulo de Abreu Pinheiro, capixaba de 48 anos, concorrerá como vice. Pimenta, de 29 anos, disputa o cargo pela segunda vez e declarou que pretende gastar até R$ 100 mil na campanha. (Agências)