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Presidente do PPS não aparece e depoimento chave fica para segunda-feira

Guarulhos, 23 de abril de 2010

O presidente do Diretório Municipal do PPS, Adalmir Silva Abreu, não compareceu ontem à reunião da Comissão Especial que analisa o pedido de impeachment do prefeito de Guarulhos, Sebastião Almeida (PT) e do vice, Carlos Derman (PT). Como autor da denúncia ele deve obrigatoriamente prestar esclarecimentos à comissão. Como não foi localizado até ontem, o depoimento dele ficou remarcado para a próxima segunda-feira, às 9h, e a convocação será publicada no Diário Oficial do Município de hoje.

Adalmir protocolou no dia 13 de abril o pedido de cassação do prefeito na Câmara Municipal, com base em representação feita no Ministério Público (MP) do Estado de São Paulo, pelos ex-presidentes da Casa de Cultura Água e Vida, Denise Laura Xavier Veluchi, e do Instituto de Promoção Social Água e Vida, João Luiz Martins Rubira, sobre denúncias de desvios de verbas públicas e favorecimento da campanha eleitoral de Almeida em 2008.

Caso Adalmir não compareça para depor o processo no Legislativo será arquivado. Contudo, o desaparecimento dele não é por acaso, mas uma estratégia da Oposição. O presidente do partido espera a conclusão do laudo solicitado pelo advogado dos ex-presidentes das ONGs, João Calil Assem, que ficará pronto na sexta-feira. Com isso, Adalmir pretende juntar a perícia aos documentos que estão sob análise da comissão.

Nas cerca de 500 páginas encaminhadas ao MP constam, entre diversas informações e acusações, a existência de um livro caixa 2 da Casa de Cultura que teria sido destinado a campanha eleitoral petista, retiradas de dinheiro na boca do caixa no Banco do Brasil e suspeita de desvio de recursos do Programa Saúde da Família (PSF).

O líder do PT no Legislativo e relator da comissão, vereador Edmílson Souza (PT), criticou o desaparecimento de Adalmir. “Está parecendo que ele é um laranja que assinou (o pedido de cassação de Almeida) sem saber o que era.” Por sua vez, o líder do Governo, Zé Luiz (PT), é contrário a proposta de serem anexados novos documentos ao processo. “Não existe nenhuma prova para cassação. O que querem é desgastar a figura política do prefeito.” Já o vereador Ricardo Rui (PPS) justificou que o presidente de sua legenda não compareceu porque não tinha sido notificado. “A denúncia partiu da Denise, que foi chamada para a Água e Vida pela Lourdes (Maria Alves de Almeida, esposa do prefeito) e do João Neto que é filiado ao PT há mais de 20 anos. O Adalmir virá na segunda.”

Apesar do depoimento de Adalmir estar marcado para segunda-feira, a Comissão Especial pode ser impugnada pelo presidente da Casa de Leis, Alan Neto (PSC). Isso porque em dezembro de 2009 o presidente municipal do PV, Jovino Candido, encaminhou ofício ao Legislativo informando que os vereadores Paulo Sérgio (PV), Silvana Mesquita (PV) e Eduardo Soltur (PV) estavam suspensos e, com isso, não poderiam responder pelo partido. Considerando que os dois primeiros citados fazem parte da comissão e ainda que Paulo é o presidente da mesma, a comissão pode ser desfeita se o Jurídico da Câmara entender que os dois não podem participar dos trabalhos. Outra comissão precisaria ser formada. Neto confirmou que a situação deve ser esclarecida na próxima semana e considera possível cancelar as atividades da atual comissão. Se forem mantidos os trabalho, a comissão precisa entregar o relatório final até a próxima quarta-feira.