A Câmara Setorial deverá agregar a Prefeitura, com as secretarias de Finanças, Relações de Trabalho, Economia e Planejamento, Sica, entidades empresariais, educacionais e do setor têxtil.
A criação de câmaras setoriais para o fortalecimento da economia local, com a primeira iniciativa dirigida para o setor têxtil, foi proposta pela Prefeitura de Guarulhos durante reunião do Conselho Municipal de Desenvolvimento Econômico (CMDE) da última terça-feira, dia 05, no Centro de Educação Profissional e Tecnológica de Guarulhos.
O projeto foi apresentado pelo diretor de Relações Industriais e Comerciais da Secretaria de Indústria, Comércio e Abastecimento (Sica), Pedro Gabriel Wendler, que tem experiência na área e participou do processo de implantação de câmaras setoriais no Rio Grande do Sul.
De acordo com Wendler, Guarulhos deverá seguir o bem-sucedido modelo aplicado no norte da Itália. Dentro de uma base endógena, ele se lastreia na execução de políticas de fortalecimento e qualificação das estruturas produtivas internas, visando a consolidação de um desenvolvimento local, considerando a importância da sociedade e das relações sociais no processo de crescimento da região, criando condições sociais e econômicas para a geração e atração de novas atividades produtivas.
Wendler reforça que o conceito básico é o de cadeias produtivas, que reúnem um conjunto de atividades nas diversas etapas de processamento e montagem, transformando matérias-primas básicas em produtos finais. O diretor da Sica explica, ainda, que as câmaras setoriais são formadas por representantes de organizações, associações, sindicatos, faculdades e setores afins focados em concentrar esforços para a recuperação e o desenvolvimento de determinado setor produtivo. Como exemplo, citou as câmaras de biotecnologia de Minas Gerais; a de calçados de Franca e Novo Hamburgo; a de informática do Vale do Silício, nos Estados Unidos, entre outros.
A opção
A escolha pelo setor têxtil deve-se a uma série de fatores. Segundo Wendler, a atividade têxtil é composta por 70% de empresas de pequeno porte. “Guarulhos possui mais de 300 micro e pequenas indústrias no setor e mais de 600 estabelecimentos comerciais do ramo de vestuário, com uma considerável parcela de mão-de-obra local atuando na área. O município abriga ainda empresas que vão desde o segmento de fiação, passando por tecelagens, tinturarias, até confecção de malhas. Portanto, com uma cadeia praticamente consolidada e todas as oportunidades de se fortalecer”, garante.
Entre os objetivos da Câmara Setorial, estão o mapeamento do setor têxtil e de confecções na cidade; o incentivo à cooperação entre as empresas; a elevação do nível de emprego de mão-de-obra; o fortalecimento das micros, pequenas e médias empresas; a redução da taxa de mortalidade; além de maior competitividade e inserção nos mercados regional e nacional, com possibilidades de ousar para o ramo de exportação.
AAssociação Comercial, Industrial, Comercial e de Serviços de Guarulhos (Acig), por meio do presidente Anunciato Thomeo Sobrinho, afirmou seu integral apoio à iniciativa. Também o diretor Antonio Carlos Koch, da regional local do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), falou que irá colaborar com a criação da Câmara. O empresário do ramo têxtil Carlos Sanchez Moreno, da Corantes Cassema, acredita que iniciativa é fundamental para o setor e vai “sem dúvida” estimular o desenvolvimento.