Os pontos comerciais na cidade de São Paulo já valorizaram este ano entre 5% e 7%, só até março.
Segundo a consultora da Central de Shoppings, empresa que comercializa lojas em shopping centers, Patrícia Cicarelli, essa alta nos preços está relacionada ao fato de que em 2002 as vendas começaram em janeiro.
“Ainda não temos dados específicos, mas, normalmente, antes do Carnaval, o mercado é desaquecido. Este é um ano atípico”, afirma, ressaltando que essa taxa representa um bom aumento, e deve se manter no decorrer do ano.
“Quem tem apenas uma loja está expandindo o número de estabelecimentos, e passando para rede. A situação geral do Brasil está melhor”, explica a consultora.
No ano passado, os preços dos pontos comerciais caíram entre 5% e 10%. As principais causas dessa diminuição foram, segundo Patrícia, o racionamento de energia elétrica, que levou à diminuição do movimento nos shoppings, e o atentado ao World Trade Center, em setembro, nos Estados Unidos.
Atualmente, os pontos comerciais mais valorizados de São Paulo são os shoppings e as três quadras da rua Oscar Freire, nos Jardins, perto da rua Augusta. As razões disso, de acordo com Patrícia Cicarelli, são, principalmente, localização e segurança. “Os shoppings hoje são completos, têm clima agradável, praça de alimentação”, completa.
Tradicionalmente, os pontos mais valorizados para o comércio em geral, em São Paulo, eram, segundo o diretor de economia da Associação Comercial, Marcel Solimeo, a praça Ramos de Azevedo, onde havia uma loja do Mappin, e as ruas Direita e São Bento, na região central da cidade, em função do número de pessoas que transitam pelo local. Isso há mais de dez anos.
Hoje em dia, os pontos comerciais do Centro estão desvalorizados para o comércio, e as lojas acabaram migrando para os shoppings, que hoje são os maiores centros de venda, junto com as três quadras da Oscar Freire.
A consultora da Central de Shopping afirma que cada shopping tem uma variação de preços de pontos comerciais diferente. Entre eles, o mais valorizado é o Iguatemi, que reúne um público de classe AA, a mais alta. Lá, as luvas – preço pago para usar o ponto comercial – custam R$ 15 mil por metro quadrado, em corredor principal.
Logo em seguida vêm Ibirapuera e Morumbi, que atendem um público de classe média. Nesses shoppings paga-se entre R$ 5 e 6 mil reais de luvas.
No Center Norte, shopping que reúne público de classe B e C, as luvas são altas: R$ 10 mil. Isso porque, apesar de o público ter baixo poder aquisitivo, este é o melhor ponto de venda para as classes B e C.
Além das luvas, o comerciante que se estabelece em shoppings precisa pagar aluguel, condomínio e fundos de promoção.
No caso das casas da Oscar Freire, as luvas custam entre R$ 200 e 220 mil, e além disso só se paga o aluguel.