Até a próxima sexta-feira, milhões de brasileiros vão receber a primeira parcela do 13º salário. Mas o que fazer com esse dinheiro? Saldar dívidas antigas, guardar para pagar impostos e despesas escolares, ou aderir a um plano de previdência privada aparecem como as melhores opções para ter um início de ano tranqüilo, afirmam especialistas em finanças pessoais. No entanto, é preciso planejar com cuidado o uso do dinheiro.
O primeiro passo é saber quanto da renda já está comprometido com dívidas antigas e altas, como as do cheque especial e cartão de crédito, modalidades em que são cobrados juros de até 11% ao mês. Por isso, sugerem economistas, metade do abono deve servir para sanear o orçamento. O restante pode ser direcionado aos gastos de início de ano, como impostos e compras de Natal, sempre à vista.
“É importante separar os consumidores endividados dos sem dívidas. Primeiro, deve-se analisar as despesas de outubro e novembro e ver quanto foi gasto com itens desnecessários. Sem planejamento, não há 13º que salve as finanças. Além disso, o dinheiro pode ser o início da independência financeira”, diz o consultor Reinaldo Domingos.
Injeção de recursos – Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o pagamento do abono deve injetar R$ 64 bilhões na economia até o fim do ano, o equivalente a 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB). O valor médio será de R$ 919. Pela lei, as empresas podem pagar o 13º salário em duas parcelas (a primeira até 30 de novembro e a segunda até 20 de dezembro). O benefício também pode ser pago em parcela única até o dia 20 de dezembro.
Segundo Miguel José de Oliveira, vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), apesar de mais consciente, o brasileiro ainda está muito endividado. “A maioria das pessoas pretende pagar as dívidas mais altas. Além disso, é importante reservar parte do abono para janeiro, quando as despesas dobram”, afirma.
Para quem está com as finanças em dia, é uma boa oportunidade para realizar sonhos como os das amigas Daniela Todtmann e Aline Valentim, que marcaram seus casamentos para 2008. O abono das duas já tem destino certo: igrejas, festas e enxovais.
