Piscinas baratas ampliam mercado com a classe C
O perfil do público das lojas do setor de piscinas está mudando. De quatro anos para cá, vem crescendo a participação dos consumidores da classe C nas vendas, em função da queda nos preços dos produtos e pela facilidade de pagamento, com financiamentos em até 24 parcelas. “Em nove anos, o custo caiu para metade porque o número de piscinas construídas cresceu”, afirma o Superintendente da Associação Nacional de Fabricantes e Construtores de Piscinas e Produtos Afins (Anapp), Kaumer Rodrigues.
O varejo do setor de piscinas conta com 2,1 mil lojas no País – 800 no Estado de São Paulo – e deve movimentar este ano cerca de R$ 1,2 bilhão no Brasil. Em 2001, o faturamento estimado do segmento foi de R$ 1 bilhão. O Estado de São Paulo representa 43% desse mercado.
A previsão de crescimento de vendas para essas lojas em 2002 é de 5%, segundo Kaumer Rodrigues. No ano passado, as vendas aumentaram 9% em relação a 2000. “Estamos tentando desmistificar a idéia de que piscina é coisa para rico. Uma piscina de 40 mil litros, de vinil ou fibra, sai por cerca de R$ 6 mil hoje – pronta para funcionar (com filtro, bomba) e pode ser construída em até 15 dias”, destaca Rodrigues.
Esse varejo trabalha com uma grande variedade de produtos. Além das piscinas, as lojas comercializam móveis, filtros, guarda-sóis, filtros, bombas, escadas, peneiras para limpeza e produtos químicos, entre outros itens.
De acordo com o superintendente da Anapp, um modelo ideal de loja para esse segmento seria uma “loja prática, com uma cara bem clean para que o consumidor possa circular e ter uma visão geral do estabelecimento, em um ambiente agradável”. Ele diz que atualmente os comerciantes de piscinas não se preocupam muito com o aspecto da loja, deixando, por exemplo, pilhas altas de baldes na fachada.
Na loja Canto Verde Piscinas, que atua há 11 anos nesse mercado, as vendas aumentam cerca de 15% ao ano, segundo o proprietário, Marco Antonio Teixeira. Para ele, o motivo é a mudança no perfil do consumidor, com o crescimento do consumo da classe C nos últimos quatro anos. Teixeira afirma que a piscina mais procurada por esse público é a de vinil , com 4m de largura, 8 m de comprimento e 1,4 m de profundidade (40 mil litros).
A Canto Verde Piscinas conta com cinco lojas no Estado de São Paulo. A matriz está localizada em Embu Guaçu, com dois showroons e uma variedade de 100 itens. A loja oferece também serviço de instalação e crediário em até 24 parcelas.
Teixeira destaca que as vendas nesse mercado são sazonais. Começam a aumentar em agosto e seguem em ritmo forte até novembro, com destaque para os meses de setembro e outubro. “Os níveis mais críticos de vendas são em junho e julho, por causa do frio”. Ele observa, porém, que o inverno é a melhor época para se comprar uma piscina, em função do clima seco, que ajuda na instalação. O consumo dos produtos para tratamento de piscinas cai cerca de 70% nessa época.
Existem hoje três tipos de piscina no mercado: as de alvenaria convencional, com custo mais elevado e maior demora na construção; as de fibra pré-fabricada e as de vinil, que permitem adaptações na modelagem.
A Shini Piscinas está há mais de 15 anos nesse mercado com uma loja de varejo localizada no interior de São Paulo, em Catanduva. Com um mix de mais de 300 itens, a Shini Piscinas trabalha só com piscinas de fibra, além dos acessórios. “Nossas vendas permanecem estáveis de um ano para outro”, informa o sócio-diretor da Shini Piscinas, Elcio Sigueo Nisioka.
Mila Marques