A Petrobras justificou o reajuste culpando as oscilações do preço dos produtos no mercado internacional e as taxas de câmbio. De acordo com a estatal, entre janeiro e março deste ano, as variações no preço do petróleo no exterior fizeram com o que o preço do GLP subisse 25%.
Os 14,5% de reajuste anunciados pela Petrobras incidem no preço do gás para as distribuidoras. A Agência Nacional de Petróleo (ANP) não calculou o percentual do aumento que deve ser repassado ao consumidor. As distribuidoras de gás, no entanto, já anunciaram o repasse integral do reajuste.
A ANP vem monitorando as distribuidoras e descobriu que essas empresas aumentaram, por conta própria, seus preços, elevando a margem de lucro. O preço médio da revenda cresceu, só em janeiro, 16,3%, o que elevou o preço do botijão de gás para o consumidor em 11,8% naquele mês. No levantamento, a ANP diagnosticou que a margem de lucro das distribuidoras do Sul e Sudeste é de R$ 4,40 por unidade, maior do que as praticadas no resto do Brasil. O preço médio do botijão, no Rio de Janeiro, é de R$ 21,77, de acordo com a ANP.
Com o novo reajuste que vigora a partir desta segunda, o consumidor pode pagar 60% mais caro pelo botijão de gás do que pagava no fim do ano passado. Isso porque, além dos 25% do início do ano, arcou com 11,8% quando as distribuidoras aumentaram a margem de lucro e agora os 14,5% determinados pela Petrobras. O preço médio do botijão no Rio, que em dezembro era de R$ 15,19, vai passar para R$ 24,93, R$ 9,74 mais caro.
Para compensar o reajuste do início do ano, o governo criou o auxílio-gás para as comunidades carentes. As famílias com renda mensal de até R$ 90 recebem R$ 15 a cada dois meses, para complementar o valor do botijão. Isso quer dizer que, como a cada mês a família recebe R$ 7,50 e o botijão subiu R$ 9,74, nem mesmo o benefício do governo resistiu à alta do produto. O mercado de distribuição de GLP no Brasil é controlado por seis companhias: Agip Liquigás, Ultragaz, Minasgás, Supergasbrás, Nacional Gás Butano e Shellgás.