São 18,4 mil desempregados no entorno do Aeroporto de Cumbica
A primeira pesquisa socioeconômica realizada pela Agência de Desenvolvimento de Guarulhos (Agende) revela que 26,9% da População Economicamente Ativa (PEA) de três bairros do entorno do Aeroporto Internacional de Cumbica, Zona Leste, está desempregada. São aproximadamente 18,4 mil pessoas em busca de colocação no mercado de trabalho.
O levantamento abordou 625 domicílios do Jardim São João, Jardim Presidente Dutra e Lavras que, juntos, somam mais de 140 mil habitantes – a PEA apurada na região é de 48,9%.
A pesquisa mostra ainda que o número de mulheres desempregadas é superior ao dos homens – são 64,8%, cerca de 12 mil. “Nessa realidade, a mulher é arrimo de família”, explica Marcelo Chueiri, coordenador-técnico do Banco de Dados de Informações Socioeconômicas de Guarulhos da entidade.
“Chegamos a um índice de desemprego na região bem mais alto que a média da Grande São Paulo, que está em 16%”, analisa Chueiri. “Nossa meta é saber o que acontece dentro da cidade”, justifica.
O coordenador explica que a região foi escolhida por congregar 11% da população de Guarulhos e por estar numa área para a qual estão previstos vários empreendimentos, no caso de ampliação do aeroporto.
Nessa área, o percentual de informalidade também é grande, pois 23% das pessoas trabalham sem registro em carteira e 40%, menos da metade da PEA, têm direitos trabalhistas garantidos. “Somando os desempregados e os trabalhadores informais chegamos a 49,9%”, calcula o coordenador.
Ele acrescenta que os resultados também revelam um baixo grau de escolaridade e poucas oportunidades de emprego na região. “Cerca de 23% da população desempregada procura emprego de ajudante-geral e 15% aceitam qualquer função”, explica.
Iniciativas – O coordenador analisa que a pesquisa evidencia o “grande” problema da falta de qualificação da mão-de-obra e pode orientar o poder público e entidades preocupadas com essa questão. Para ele, está claro que as ações de capacitação precisam ser intensificadas. Quanto à baixa oferta de emprego, que no processo de desemprego é fator preponderante, Chueiri defende a construção do Terceiro Terminal de Passageiros (TPS) e da terceira pista do aeroporto. “O terceiro terminal em funcionamento vai gerar 20 mil novos empregos.” Ele acrescenta que essa oferta, aliada à preparação e qualificação profissional, pode ser fator de contribuição para minimizar o desemprego nos bairros pesquisados.
A primeira pesquisa foi realizada em parceria com a Secretaria de Relações de Trabalho e com o Centro Universitário Metropolitano de São Paulo (Unimesp/FIG). Chueiri diz que a proposta da entidade é mapear toda a cidade, e a verificação da situação socioeconômica no Pimentas, Cumbica e Bonsucesso, na Zona Leste, e Cabuçu, Zona Norte, será a próxima tarefa da Agende.
