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Pesquisa da Fiesp mostra queda da atividade industrial

A atividade da indústria paulista teve leve contração em maio de 0,2% em relação a abril, atingida pela fraca demanda interna. O dado de maio exclui os efeitos sazonais e segue a expansão de 2,7% vista em abril e a forte contração de 4,6% no mês de março.

“A despeito da estabilidade de maio, ciclo de estoques cria expectativa de desaceleração nos próximos meses”, informou a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Na comparação com maio de 2002, o índice subiu 0,5%. No acumulado do ano até maio, a indústria paulista observa avanço de cerca de 0,7% em relação ao mesmo período do ano passado.

A Fiesp informou ainda que as vendas reais caíram 0,6% em relação a abril e 1,5% na comparação com maio de 2002. No ano, as vendas reais acumulam alta de 0,4%.

Vendas tiveram desempenho fraco no primeiro semestre

O primeiro semestre de 2003 teve desempenho fraco de vendas. O número de consultas ao Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) registrou queda de 3,7%, o que mostra a redução de compras no crediário. Já o UseCheque, que sinaliza as compras a vista, teve um recuo de 1,5%.

Os dados são comparativos ao primeiro semestre do ano passado e mostram que o resultado do varejo nos primeiros seis meses de 2003 não apresentou a recuperação esperada em relação ao fraco desempenho observado na mesma época em 2002. “A manutenção das taxas de juros elevadas, a redução da renda do consumidor e a incerteza em relação ao emprego afetaram o desempenho do comércio”, disse o presidente da Associação Comercial de São Paulo, Guilherme Afif Domingos.

Resultado favorável – O número de registros recebidos aumentou 0,4% em comparação ao ano passado. O resultado mostra que o consumidor está mais cauteloso antes de fazer compras no crediário. Mas o número de cancelamentos, ou seja, de consumidores que renegociaram seus débitos aumentou 10,9%.

O balanço também indica queda no número de insolvências de empresas. Redução de 3,2%, no caso das falências requeridas, e de 11,9%, nas falências decretadas. Já as concordatas requeridas tiveram uma elevação de 5,9%. Na opinião Afif, o fato se deve à diminuição do volume de negócios em decorrência dos juros altos e da escassez de crédito. “Foi um ajuste por encolhimento do volume de operações e não por melhora da saúde financeira das empresas”, afirmou.

Efeito calendário – O mês de junho também foi fraco, conforme os dados do balanço de vendas contabilizado pela Associação Comercial. As consultas ao SCPC apresentaram queda de 4,1% e as do UseCheque 4,2%. Para Afif, é preciso levar em consideração que o mês perdeu um dia útil de vendas em razão do feriado de Corpus Christi, quando o trabalho dos comerciários foi proibido. “Todos perderam com essa proibição. O varejo, que faturou menos no mês, os vendedores, que deixaram de vender nesse dia, o consumidor, que não pôde comprar no feriado, a indústria, que terá menos pedidos de reposição de estoques, e a arrecadação de impostos”, enfatizou.

O varejo deverá apresentar alguma reativação das vendas no segundo semestre de 2003, caso o Banco Central continue a reduzir as taxas de juros. “Mas será um processo lento e gradual que somente no final do ano poderá apresentar um movimento mais forte, que sinalize a recuperação da economia em 2004”, finalizou Guilherme Afif Domingos..

Dora Carvalho

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