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Pequeno varejo influem mais na receita

Guarulhos, 16 de abril de 2003

O pequeno varejo já é o principal responsável pela elevação do faturamento do setor atacadista/distribuidor, que cresceu 11% em 2002 na comparação feita com o ano anterior. Esse fator contribuiu para que a Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados (ABAD) desenvolvesse um projeto em parceria com o Sebrae, visando fortalecer o pequeno varejo.

Batizado de protocolo de intenções, o projeto será oficializado no próximo dia 7 de maio em Brasília, no Distrito Federal, quando o documento contendo as medidas a serem adotadas no setor, será assinado pelas duas entidades.

“Vamos levar tecnologia ao setor e oferecer consultoria, como por exemplo, calcular custo de preço e gerenciamento de loja”, disse o presidente da ABAD, Paulo Herminio Pennacchi, frisando que o pequeno varejo representa hoje o maior cliente do mercado atacadista, com seus 800 mil pontos de venda em todo o Brasil.

Pennacchi também definiu como um “divisor de águas”, entre a indústria, atacado, e o varejo, o fórum Estratégia da Distribuição para a próxima Década, que acontece de 25 a 27 de abril em São Paulo.

“Os assuntos a serem tratados irão beneficiar a todos”, ponderou. O evento pretende identificar ações que cada um dos setores envolvidos possa iniciar para atingir objetivos comuns.

De acordo com Pennacchi, o consumidor voltou a procurar o pequeno varejo, que está aprendendo a superar a concorrência das grandes grandes redes, oferecendo uma variedade de produtos, antes inexistentes nas prateleiras, conseguindo, assim, atrair mais clientes.

“Algumas lojas de vizinhança, hoje, tem mais itens do que um grande supermercado”, declarou, lembrando que as redes, percebendo esse filão, já mantém em suas divisões lojas menores para continuar competindo com o pequeno comércio.

Ele afirma que os atacadistas estão se esforçando para garantir aos pequenos condições de pagamento que lhes garantam atuar com preços competitivos, não repassando de imediato aumentos praticados pelas indústrias.

No ano passado, o grande movimento em cifras do atacado, R$ 44,3 bilhões, teve como pólo de destino o pequeno varejo.

Pesquisa realizada pela ABAD em conjunto com a ACNielsen, revela que a distribuição capilar, feita para pequenas lojas, bares e supermercados de norte a sul do País, ganhou força, alavancada pelo aumento das vendas do varejo independente.

Aliado a isso, o setor atacadista/distribuidor passou a atender um maior número de pontos-de-venda no País, provendo, especialmente, o varejo alimentar. Trata-se do segmento da cadeia de abastecimento encarregado de servir os pequenos e médios comércios em todo território nacional.

Segundo dados da pesquisa, atualmente 57% do faturamento do setor provém de supermercados de vizinhança e pequenos varejos alimentares.

Em 2002, o setor atacadista/distribuidor faturou R$ 52,8 bilhões, a preço de varejo, contra R$ 43,84 bilhões no ano anterior.

A receita de 2002 já representa 4% do Produto Interno Brasileiro (PIB), que foi de R$ 1,32 trilhão.

Para 2003, Pennacchi projeta um crescimento de 10% do setor atacadista, que tem mais de 3 mil empresas associadas à ABAD. São 120 mil funcionários, que atendem a 780 pontos-de-venda em todo o Brasil.

O setor conta ainda com uma equipe de vendas de 66 mil representantes e possui uma frota de 46 mil veículos para abastecer áreas não atendidas pela indústria e pelas grandes rede de varejo.

Cecília Rodrigues