As pequenas indústrias do Estado de São Paulo, as maiores prejudicadas pela crise econômica mundial, continuam mostrando recuperação. Pesquisa “Indicadores de Conjuntura das MPEs”, divulgada na quarta-feira, 15, pelo Sebrae em São Paulo, mostra que o faturamento real das indústrias de micro e pequeno porte cresceu 6,6% em julho último em relação a julho de 2009. No acumulado de 2010 (janeiro a julho), este crescimento é ainda mais representativo: 17,6%.
Realizada mensalmente pelo Sebrae-SP com apoio da Fundação Seade, a pesquisa envolve 2, 7 mil MPEs do comércio, indústria de transformação e prestadoras de serviços de todo o Estado de São Paulo, uma amostra representativa dos 1,3 milhão de MPEs existentes nos três setores no território paulista.
Espaço para crescer – Em julho de 2010, segundo os indicadores, as micro e pequenas empresas paulistas de todos os setores faturaram R$ 24,4 bilhões, ou seja, 9,5% a mais do que o mesmo período do ano passado. Foi o décimo mês consecutivo em que a receita real apresentou crescimento real na comparação com o mesmo mês do ano anterior – e o melhor julho dos últimos 12 anos. O comércio cresceu 6,7% e o setor de serviços, 17,6%.
Segundo o consultor do Sebrae-SP, Pedro João Gonçalves, a crise econômica afetou principalmente as indústrias. “Agora, há muito espaço para o crescimento do setor.”
Demanda forte – O empresário da indústria de cosméticos Florus, Fabio Sacheto, diz que do segundo semestre do ano passado até abril deste ano a empresa passou por um período difícil. “Foi uma época muito ruim, inclusive com faturamento negativo.”
No entanto, segundo ele, a maré está mudando. Sacheto diz que não está conseguindo atender a todas as solicitações. “O que eu vejo é que a demanda está muito grande, mas as pessoas estão atrás de crédito porque falta dinheiro em circulação.”
Ele revela que o faturamento de agosto foi 2,5 vezes maior que o do mês anterior. “A nossa expectativa é recuperar os prejuízos e crescer muito neste segundo semestre.”
A pesquisa do Sebrae-SP também avalia as expectativas dos empresários para os próximos seis meses. Assim como Fabio Sacheto, 32% dos proprietários de MPEs entrevistados em agosto deste ano declararam esperar aumento no faturamento, 29% informaram esperar manutenção no nível de receita do negócio e 37% declararam não saber como será a evolução da receita da empresa.
Regiões – O interior obteve o maior aumento no faturamento real (10,9%), seguido pela Região Metropolitana (8,2%), Capital (5,7%) e Grande ABC (5,2%), na comparação do resultado de julho de 2010 com julho de 2009.
Comparado a junho de 2010, o faturamento de julho teve crescimento real de 9,2% na Região Metropolitana, de 8% na Capital e de 3,1% no Grande ABC. O interior apresentou uma queda de 1,8%.