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Paulistano vai gastar até 10% mais com a moda primavera-verão

Guarulhos, 03 de setembro de 2007

O paulistano gastará até 10% a mais para comprar roupas da moda primavera-verão que chega às lojas. Segundo o Sindicato das Indústrias do Vestuário de São Paulo (Sindivest), as roupas de verão expostas nas vitrines estão com preços 6% maiores do que no mesmo período do ano passado, mas não devem pesar demais no bolso do consumidor, já que a inflação em outros setores é mais visível

Entre lojistas, o sentimento geral é de estabilidade com “ligeira alta” nos preços da coleção da próxima estação. São citados até casos de baixa em algumas peças específicas. “O vestuário é a âncora da inflação. Não existe mercado de consumo capaz de aumentar demais o seu custo para o consumidor final”, diz o coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), Márcio Nakane. O IPC teve alta de 0,11% na terceira semana de agosto, com variação negativa no vestuário de 0,89%.

Embora esteja em baixa, o percentual é menor do que o da segunda semana do mês, quando o índice foi de menos 1,24%. Os números são reflexo do final da temporada de liqüidações de outono-inverno. A expectativa do coordenador é de que em setembro os preços aumentem mais, seguindo a tendência do ano passado, quando a prévia registrou alta de 0,66% no mesmo período.

Concorrência – Das cerca de 6 bilhões de peças de roupas confeccionadas por ano no País, 5,2 bilhões são da moda primavera-verão, de acordo com o presidente da Associação Brasileira do Vestuário (Abravest), Roberto Chadad. Ele diz que a variação de preços de um ano para o outro é muito pequena. “Um dos motivos é a concorrência com os produtos chineses, que são mais baratos”.

Para o economista da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) Emílio Alfieri, outro motivo é o tempo irregular no País. “O preço das roupas fica estabilizado, geralmente, por causa das liqüidações. Neste ano fez calor no inverno, e os preços caíram mais cedo. O setor está em apuros. Foi o que menos reajustou preços nos últimos 13 anos,” lembrou.

Segundo o secretário-executivo do Sindicato das Indústrias do Vestuário de São Paulo (Sindivest), Pedro Eduardo Fortes, as roupas da primavera-verão ficaram 6% mais caras sobre o mesmo período do ano passado. “Se comparada a outros setores, não chega a ser uma alta significativa. Mas será preocupante se o governo aprovar o aumento da alíquota de importação de matéria-prima de 20% para 26%”, diz, referindo-se à elevação dessas tarifas, ainda em discussão no Mercosul. “Caso saia a aprovação, o setor de vestuário terá a maior alta de preços desde a criação do Plano Real. Isso pode ocorrer na próxima troca de estação.”

No Shopping Center Norte, a gerente da Erva Doce, Marilene Aparecida Borges, diz que o preço da nova coleção é praticamente o mesmo de 2006, com uma peça ou outra mais cara. Um vestido da marca, por exemplo, custa, em média, R$ 140, diz ela.
Já na loja de moda feminina Akássia, as roupas de primavera-verão estão 10% mais caras do que na mesma época do ano passado. “Mudamos nossa vitrine há 15 dias. Mas esfriou de novo, e colocamos alguns casacos de volta para atrair a consumidora”, diz a gerente Sileide Santos.

Já na loja masculina Yachtsman alguns preços despencaram. De acordo com a gerente Sílvia Alves dos Santos, as camisas que custavam R$ 89 em 2006, neste ano custam R$ 69. “Mas, no geral, os preços se mantiveram”, afirma. Ainda há peças de inverno na vitrine, com descontos de até 60%.