Passagem aérea ficará mais cara em breve
A Petrobras reajustou os preços do querosene de aviação em 6,7% – acima dos 4% esperados pelo setor aéreo. Com o novo aumento, o oitavo do ano, a alta do combustível de janeiro a maio soma 27,3%. O presidente do Sindicato Nacional das Empresas Aéreas (Snea), George Ermakoff, prevê um repasse para os preços das passagens em breve.
– Nenhum manual de administração permitiria que um aumento desta ordem não fosse repassado aos preços – disse Ermakoff.
Como o peso do querosene no custo final das empresas aéreas varia de 25% a 30%, se fossem repassar todos os aumentos, elas teriam que cobrar em torno de 10% mais no valor das passagens. Mas, apesar disso, por enquanto todas negam que aumentarão os preços. TAM, Varig, Gol e Vasp (as principais do setor) disseram que ainda estão estudando o impacto do novo aumento e que, a princípio, não pretendem anunciar qualquer reajuste. A Vasp foi a única que admitiu que deverá reduzir os descontos que oferece. Especialistas explicam que as empresas estão numa sinuca: não agüentam absorver o aumento, mas não têm espaço para reajustar os preços porque o mercado está bastante retraído.
George Ermakoff queixou-se do fato de a Petrobras estar repassando os aumentos dos preços internacionais do petróleo apenas para a aviação:
– Está ocorrendo uma ação muito violenta sobre as companhias aéreas, ao passo que os valores da gasolina e do diesel estão represados por uma questão de política econômica, para não atrapalhar o controle da inflação. Com certeza, o resultado das empresas vai piorar.
O diretor do Centro Brasileiro de Infra-estrutura, Adriano Pires, afirmou que a Petrobras tenta compensar a perda de receita com a manutenção dos preços da gasolina com a elevação do querosene de aviação:
– É uma forma de a empresa perder menos.
Segundo a estatal, a fórmula de reajuste do combustível para os aviões está prevista em contrato com as companhias aéreas.
Larissa Morais e Claudio de Souza